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Pesquisadores planejam ações para próximo triênio do Lappis

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A rede multicêntrica de pesquisadores do Lappis se reuniu para o planejamento das atividades do triênio 2015-2017 em Teresópolis (RJ), nos dias 23 e 24 de fevereiro. No encontro foram pactuadas as principais linhas de atuação do Laboratório, feito o mapeamento de pesquisas e projetos em andamento, além da avaliação da trajetória do grupo e das produções do ano anterior. Houve destaque para os 15 anos do Projeto Integralidade em Saúde, sendo definida a realização durante o ano de seminários nas cinco regiões do país.

A coordenadora do Lappis, Roseni Pinheiro, considera que a reunião mostrou a maturidade que o grupo alcançou nesse período, com uma avaliação positiva das produções e pesquisas realizadas. Para ela, mesmo considerando os tempos difíceis do atual contexto brasileiro, “há uma perspectiva esperançosa de reunir essas virtudes de uma produção em saúde coletiva, em rede, que mantenha resguardados os princípios éticos e universais no qual a integralidade e o sistema público brasileiro vigoram e resistem”.

Para os pesquisadores, o foco das discussões e pesquisas irá se concentrar em uma preocupação concreta com as populações vulneráveis e visa rediscutir criticamente as desigualdades e os determinantes sociais em saúde. Foi considerado como território prioritário a Amazônia Legal e as três regiões do país que a compõem. “Isso faz parte de uma releitura de processos de trabalho que a gente tem e de construção de metodologias mais porosas e permeáveis à garantia do direito humano a saúde”, explica Roseni Pinheiro, considerando que os caminhos traçados confluem para pavimentar o solo de investigação e produção de conhecimento no âmbito das demandas sociais do Laboratório.

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A celebração dos 15 anos do grupo prevê um conjunto de seis seminários multicêntricos ao longo de 2015, permeado pelo tema da produção, visibilidade e democratização do conhecimento sobre o cuidado. A Região Sudeste abre os trabalhos no Instituto de Medicina Social / UERJ (20 e 21/05), no evento que inclui o 2o  Mini Congresso BVS Integralidade. O Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, dá sequencia ao encontro no dia 22/05. Outras informações sobre os seminários estão na matéria Projeto Integralidade roda o Brasil em seus 15 anos.

A tradição da reunião de planejamento do Lappis é importante para a professora e pesquisadora da UFRGS Tatiana Gerhardt, especialmente quando o grupo completa 15 anos, pois permite juntar os diversos núcleos da rede multicêntrica e fazer um mapeamento para seguir e aprofundar questões que envolvem a integralidade em saúde. “Além da agenda de seminários multicêntricos ao longo do ano, trabalhamos perspectivas teóricas, conceituais e metodológicas que nos unem como grupo”, afirma.

A reunião considerada produtiva e intensa pelo pesquisador Pablo Di Leo, da Universidade de Buenos Aires, permitiu uma melhor compreensão sobre a história do Lappis, seus projetos e avanços. Em sua participação nessa estratégia de construção acadêmica-política ele vislumbrou propostas potentes de articulação e formação de pessoas e visibilidade das produções, além do “desenvolvimento de linhas de pesquisa e de produção para os próximos anos que vão permitir continuar fortalecendo o caráter multicêntrico nacional e internacional”. O pesquisador ressaltou o vínculo com Argentina, fortalecido recentemente com a aprovação do projeto de cooperação científico-tecnológica com o Brasil na pesquisa sobre politicas públicas em torno do cuidado em pessoas em condições de deficiência, violência ou uso problemático de drogas em bairros vulnerabilizados do Rio de Janeiro e Buenos Aires.

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O planejamento, para Gustavo Nunes, professor e pesquisador da Universidade de Brasília, estimulou a pensar as possibilidades de viabilização de projetos e vislumbrar perspectivas futuras com um grupo interessado em trabalhar junto e formar redes que incorporam pesquisa, intervenção, formação e extensão em vários territórios ao mesmo tempo. Uma das dificuldades que se apresentam está no momento político, com mudanças e novos cenários. Ele considera que os seminários ao longo de 2015 vão poder ajudar a reunir e pensar o contexto brasileiro, permitindo uma perspectiva mais exata da situação e das ênfases de investimento. Em uma construção que garante a confluência de diferentes projetos e áreas de conhecimento, Nunes reforça o interesse no desenvolvimento e análise das politicas publicas que considerem e incorporem as diferenças, vulnerabilidades e desigualdades.

As instituições representadas pelos pesquisadores participantes incluíram, além da Universidade do Estado do Rio de janeiro – sede do Lappis, as Universidades Federais Fluminense (UFF), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Brasília (UnB), do Espírito Santo (UFES) e do Acre (UFAC), Hospital Sofia Feldman (MG), Fiocruz e Universidad de Buenos Aires.

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