O Laboratório de Pesquisas de Práticas de Integralidade em Saúde (LAPPIS) é um programa de estudos que reúne um colegiado de pesquisadores que auxiliam na identificação e construção de práticas de atenção integral à saúde.

A proposta do grupo é repensar a noção de Integralidade  a partir da análise, divulgação e apoio a experiências inovadoras. Esse trabalho desenvolve uma pratica teórica interdisciplinar, com integrantes oriundos de diferentes pesquisadores e profissionais das áreas das ciências sociais e humanas, aplicadas ou não à saúde e tem como ponto de partida o conhecimento que é construído na prática dos sujeitos nas instituições de saúde, educação e justiça e na sua relação com a sociedade civil.

Integralidade é entendida aqui como um amplo conceito, uma ação social que resulta da interação democrática entre os sujeitos no cotidiano de suas práticas na prestação do cuidado da saúde, em diferentes níveis do sistema.

O programa atua no intuito de reafirmar as funções essenciais da universidade: ensino, pesquisa e extensão. No âmbito do ensino, oferecendo disciplinas na pós-graduação stricto e lato sensu, no âmbito da pesquisa, promovendo estudos diferentes regiões do país oferecendo achados e metodologias de como pesquisar sobre integralidade, a partir de linhas de atuação e na extensão legitima o compromisso publico e de relevância social na oferta de devolutivas publicas parciais e finais para a sociedade/pesquisado que se relaciona. A síntese dessas funções na prática foi a formulação do conceito de comunicação pública do conhecimento produzido e em produção, por meio de devolutivas parciais e da participação em eventos acadêmicos, científicos e interinstitucionais nas áreas da saúde, educação e justiça. Desta forma, configuramos as principais características do LAPPIS: a opção por um trabalho integrado de retroalimentação entre ensino, pesquisa e extensão.

O programa investiga e avalia experiências inovadoras de atenção integral em municípios de diferentes regiões do Brasil. São pesquisas de natureza teórica-empíricas, comparativas ou não, que tragam como seu principal foco analítico a “experiência humana” a partir de três eixos principais. Primeiro, o grupo busca compreender como os sujeitos envolvidos na relação demanda e oferta nos serviços de saúde entendem o termo Integralidade. Outro ponto a ser observado refere-se à identificação dos efeitos e/ou repercussões desse entendimento nas práticas do cuidado da saúde e dos resultados desse processo para os usuários dos serviços. Por fim, essas práticas são comparadas com as políticas de atenção integral do Estado.

O LAPPIS representa o crescimento e a institucionalização do projeto ‘Integralidade: Saberes e Práticas no Cotidiano das Instituições de Saúde’, criado em 2000, sendo certificado como grupo de pesquisa no diretório do CNPq em 2004. Como desdobramento virtuoso o grupo de pesquisa Racionalidades Médicas, do CNPq, conta desde sua concepção com o apoio da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), como parceiro e distribuidor exclusivo de suas publicações impressas. Em 2013, institucionaliza a Rede Multicêntrica de Pesquisa Incubadora da Integralidade, que congrega todos os integrantes, que se organizam nichos conhecimento e práticas denominados Incubadoras de Integralidade. Atualmente se mantem três incubadoras em funcionamento que são: Incubadora da Integralidade do Hospital Sofia Feldeman (HSF-MG), Grupo de Pesquisa do CNPq Incubadora da Integralidade em Saúde da Amazônia Legal, situado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Acre e (UFAC) e o Departamento do Instituto Investigaciones Gino Germani (IIGG), Facultad de Ciencias Sociales, UBA. Trabalha em parceria e participando dos projetos de pesquisa do LAPPIS pesquisadores e líderes de grupos de pesquisa respectivamente: Instituto da Saúde da Comunidade da Universidade Federal Fluminense (UFF); o Instituto de Informação Científica e Tecnológica (ICICT/Fiocruz), Núcleo de Cidadania e Processos de Mudança (NUCEM), Grupo de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (GESC-UFRGS), Programa Integrado de Pesquisa e Cooperação, Técnica em Comunidade, Família e Saúde: Contextos, Trajetórias e Políticas Públicas – FASA, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (FASA-UFBA), Grupo de Estudos de Saúde Coletiva da UFMG, Instituto de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (ISC-UNB), Programa de Pós-Graduação de Psicologia Institucional e o Laboratório de Estudos sobre Cibercultura e Imagem (LABIC) da Universidade Federal do Espirito Sant da UFES; Núcleo de Desenvolvimento Saúde e o Instituto de Saúde Coletiva da UFMT (NDS-IC-UFMT),  o Departamento de Ciências Sociais/Instituto Gino Germani da Universidad de Buenos Aires (Argentina); Centro de Investigaciones Sociojurídicas Facultad de Derecho, Ciencias Políticas y Relaciones Internacionales de la Universidad los Libertadores – Bogotá – Colômbia, a Latin America Studies Association; o Centro Latino Americano de Informação de Ciências em Saúde; e a Organização BIREME/OPAS. O LAPPIS conta ainda com o apoio do Ministério da Saúde (MS), Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Rio de Janeiro (COSEMS/RJ), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Sub-Reitorias: de Pós-graduação e Pesquisa e de Extensão e Cultura da UERJ, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

Trata-se de um programa de trabalho movimento que pressupõe que a Integralidade é uma ação social, um princípio que tem a Reforma Sanitária Brasileira como contexto político, social e histórico. Isso significa acreditar que a construção da Integralidade requer, necessariamente, interações democráticas entre os sujeitos envolvidos nas práticas do cuidado da saúde, e que essas transformações no cotidiano dos serviços podem garantir a saúde como direito de cidadania.