Em 1999, o Ministério da Saúde emitiu uma portaria regulamentando as casas de parto dirigidas por enfermeiros obstetras, que foi um passo importante para o movimento pela humanização do parto. Em países como França, Japão e Holanda, o parto humanizado já se encontra estabelecido, e a luta por ele vem se fortalecendo também no Brasil. Ao contrário do parto hospitalar, o humanizado trata a mãe e o bebê de uma forma integral, como pessoas inseridas em um contexto social, e que têm necessidades que vão além de uma anestesia ou uma cesariana, procedimentos impensáveis dentro do conceito humanista de nascimento.
A reportagem registrou um dia na primeira Casa de Parto do Rio de Janeiro e a rotina dos profissionais responsáveis pelo sucesso da experiência.
Nas casas de parto, os enfermeiros são responsáveis por tudo, e são utilizadas técnicas de relaxamento e preparação para o nascimento que não estão presentes nas salas de parto dos hospitais. São ideias que desafiam a visão tecnicista sustentada por muitos médicos e que têm provocado um acirrado debate entre defensores da casa de parto e seus críticos. Em março deste ano foi inaugurada a casa de parto David Capistrano Filho, em Realengo e, mesmo enfrentando oposição por parte do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), a Casa obteve resultados animadores: de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, já são mais de 70 nascimentos e 470 mulheres inscritas. Para tentar entender como funciona a Casa e descobrir o porquê de tanto sucesso, a equipe de comunicação do LAPPIS conviveu durante um dia com os profissionais da Casa de Parto David Capistrano Filho e teve a oportunidade de conhecer de perto seu trabalho.
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