Incubadora

Polêmica e bons resultados

Experiências desse tipo começaram no Brasil no final da década de 70, mas só foram regulamentadas pelo Ministério da Saúde em 1999. O projeto atende às recomendações da OMS e experiências semelhantes têm obtido bons resultados no Japão, Holanda, Dinamarca e Estados Unidos.As casas de parto já estão presentes em algumas cidades brasileiras como São Paulo, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Recife e Brasília. No Rio de Janeiro, a Casa de Parto David Capistrano Filho, pioneira na cidade, foi inaugurada em Realengo, e causou polêmica desde antes de sua inauguração.

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) defende que não pode haver unidade de saúde sem médicos e alega que as casas de parto não poderiam funcionar apenas com enfermeiros e parteiras, sob o risco de causar mortes de mães e crianças em casos de emergência.A Secretaria Municipal de Saúde lembra, no entanto, que o atendimento é voltado para mulheres que tiveram gravidez sem problemas graves e podem fazer parto normal, sem cesariana. Para evitar que problemas durante o parto coloquem em risco a vida da mãe ou da criança, as casas de parto são instaladas em pontos centrais, próximas a hospitais de referência e com ambulância de plantão.Para se ter uma ideia sobre o risco, na Casa de Parto de Sapopemba, em São Paulo, a taxa média de remoção de gestantes no parto ou no pós-parto é de apenas 2,6%.

Na casa de parto de Realengo, já foram realizados 14 partos. Em apenas um houve necessidade de cesariana e a gestante foi transferida para o Hospital Alexander Fleming. Para junho, estão previstos 16 partos e para julho, 12. A prefeitura ainda pretende construir mais nove casas de parto na cidade. Além de humanizar o parto, o projeto visa diminuir os gastos com internações hospitalares que poderiam ser evitadas. O custo de uma cesariana pelo Sistema Única de Saúde (SUS) é de aproximadamente R$ 540,00.

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