Atenção Primária à Saúde pensada de forma sistêmica foi o foco do I Congresso Mineiro de APS, realizado entre os dias 17 e 19/11 em Juiz de Fora. O evento criou um espaço de discussão, reflexão e troca de experiências, a fim de contribuir para o aperfeiçoamento do modelo assistencial da APS no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, especialmente no Estado de Minas Gerais.
Estiveram presentes profissionais das diversas áreas de formação, comprometidos com a melhoria da qualidade da assistência à saúde da população, entre eles os pesquisadores e colaboradores do Lappis Cesar Favoreto (FCM/UERJ), Maria Teresa Bustamante Teixeira (NATES/UFJF), Mônica Tereza Christa Machado (ISC-UFF), João José Neves Marins (ABEM/ ISC-UFF) e Estela Marcia Saraiva Campos (NATES/UFJF), presidente da comissão científica do evento.
O professor Aluísio Gomes da Silva Junior, pesquisador associado do Lappis, participou da mesa O Público e o Privado na Estruturação das APS, com a apresentação sobre “A estratégia de organização do modelo de APS no SUS: avanços e desafios”. A mesa foi moderada pelo Dr. Clorivaldo Rocha Corrêa, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS/JF) e também contou com a participação das doutoras Nathércia Abrão (UNIMED/JF) e Ruth Borges Dias, da Associação Médica de Minas Gerais, que contaram suas experiências no setor suplementar.
Baseado em alguns estudos do Lappis e de outros grupos, Silva Junior fez um breve histórico do desenvolvimento das APS no Brasil, avaliando seu processo a partir do aumento da cobertura assistencial (Universalidade); promoção da discriminação positiva (Equidade); mudança de modelo tecnoassistencial na saúde (Integralidade), articulação intersetorial na promoção de saúde e impacto sanitário.
“Destaquei o avanço na ampliação de cobertura populacional e as mudanças introduzidas nos processos de trabalho em várias experiências nacionais com ganhos de qualidade assistencial, explica Silva Junior. Ele também apontou problemas quanto à diversidade de práticas de APS condicionadas por gestões pouco profissionalizadas, insuficiente formação de profissionais e vínculos empregatícios precários. Outro alerta foi para os problemas advindos da flexibilização das APS e da concorrência com as UPAS. Silva Junior também apresentou as novas metodologias de avaliação das APS centradas nos usuários, desenvolvidas pelos pesquisadores do Lappis.
O evento foi promovido pela Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora e o Núcleo de Assessoria, Treinamento e Estudos em Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora (NATES/UFJF).
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