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Oficina HumanizaSUS no pré-Abrascão

apoiadores.jpgA abertura oficial do ABRASCÃO 2012 só acontece nesta quinta, em Porto Alegre. Mas desde ontem, quarta-feira, o clima nos bastidores já anunciava o que vem por aí. Além do mini-congresso ABRASCO, que culminou com a Assembleia Geral Extraordinária da instituição, na Reitoria da UFRGS, o dia contou ainda com oficinas e reuniões dos Grupos de Trabalho e Comissões. Pela manhã, a Oficina “HumanizaSUS e os Desafios da Pesquisa Avaliativa Participativa em Saúde” esquentou os debates.

abrascao_humanizasus_2.jpgO Auditório da Faculdade de Educação ficou lotado para ouvir sobre as experiências e ferramentas metodológicas dos diferentes grupos de pesquisa e seus processos de implementação de uma política de humanização para o Sistema Único de Saúde. Entre palestrantes e plateia, estavam presentes Serafim Santos-Filho (PUC-MS), Eduardo Passos (UFF), Simone Mainiere (UFRGS), Marta Verdi (UFSC), Roseni Pinheiro (IMS-UERJ), Gustavo Nunes (Coordenador da PNH) e Dário Pasche (DAPES), além de muitos representantes de núcleos de pesquisa de diversas regiões, estudantes, pesquisadores e profissionais de saúde.

Roseni fez um breve relato sobre a experiência do grupo multicêntrico de pesquisa Lappis e sobre a importância de momentos como este. “Encontros assim é que garantem a solidariedade do conhecimento. Temos a possibilidade de colocar em diálogo abordagens e referenciais distintos. A integralidade nos trouxe até aqui”, disse, acrescentando que o Lappis tem encampado com muito cuidado a discussão sobre áreas programáticas estratégicas sob a perspectiva do direito á saúde.

Atualmente, uma das pesquisas do Laboratório intitula-se justamente: “Áreas programáticas estratégicas e direito à saúde: construção da integralidade no contexto do apoio institucional”, que tem o apoio da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) e do Ministério da Saúde. Recentemente, foram realizadas oficinas no Rio de Janeiro que reuniram apoiadores institucionais e pesquisadores do Lappis a fim de que fossem elaboradas as próximas etapas dessa pesquisa. “Ao reunir pesquisadores com os apoiadores a gente avança. É preciso sentir a pulsação de quem esta trabalhando com esse tema nos processos de saúde”, concluiu.

Roda de conversa

abrascao_humanizasus_3.jpgDa plateia, vinham relatos de experiências de pesquisas de várias regiões do país, numa espécie de roda de conversa que se formou no auditório. Para o coordenador da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde (PNH), Gustavo Nunes, quando a gente consegue compartilhar espaços de prática com os de reflexão, isso se torna estratégico tanto para quem está no Governo como para quem está participando na ponta dos processos. “Nesse sentido, temos vivenciado algumas experimentações que estão acontecendo e tentado aprender com elas”, refletiu. “É necessário a gente se pautar menos pelos instrumentos de contratação e mais pela potência das práticas em si. Esse é o sentido da parceria”.

Quando o assunto da oficina girou em torno da participação e das distâncias entre a prática e o pensamento acadêmico, Eduardo Passos (UFF) fez um alerta central: “A princípio, pode parecer a nós, militantes que estamos na ponta dos serviços ou mesmo nas universidades, que é preciso encontrar o ator potencial de mudanças. Quando isso ocorre, acabamos identificando esse ator como o usuário”, alertou. Para ele, é necessário pensar numa mudança onde nenhum ator ocupe a centralidade com poder de transformação. “Num modelo, nós temos o usuário no centro; no outro, o trabalhador. Me parece que o grande desafio do SUS é colocar sob questão qualquer um desses modelos centrípetos e pensar em um modelo onde autonomia e responsabilidade sejam distribuidas entre os diferentes grupos de interesse. Isso implica num protagonismo distribuído. É preciso colocar lado a lado gestor, trabalhador e usuário.

As experiências do HumanizaSUS continuam em pauta durante o ABRASCÃO. Nesta quinta, acontece o Seminário PNH nas universidades: humanização da saúde nos cursos de graduação. Na manhã de sexta-feira, é a vez do painel “Pesquisas Participativas e Humanização da Saúde”, com coordenação de Marta Verdi (UFSC) e participação de Roseni Pinheiro (UERJ), Eduardo Henrique Passos Pereira (UFF), Serafim Santos (UFMG), Simone Mainieri Paulon (UFRGS)

Livros e bagagens

Ao longo da quarta-feira, o clima no campus da UFRGS foi de muita movimentação. Estandes eram montados em meio à inscrição dos primeiros participantes que já tomavam conta do espaço entre banners, pastas, cafés com os primeiros materiais distribuídos, livros e bagagens que se misturavam. O tema do ABRASCÃO este ano é “Saúde é Desenvolvimento: Ciência para a Cidadania”. A abertura oficial do evento está marcada para às 18h30 de hoje. Nos próximos dias, enquanto durar o Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o BoletIN vai estar cobrindo a participação do Lappis no evento, que só se encerra no domingo.

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