Itinerários Terapêuticos e Trajetórias Assistenciais – desenhos interdisciplinares para avaliação em saúde foi o tema proposto para a última mesa de debates do Simpósio de Atenção Básica e Integralidade. Coordenados por Roseni Pinheiro, os pesquisadores Roseney Bellato (FAEN – UFMT), Juliana Lofego (DFCS-UFAC), Fátima Tavares (PPCIR-UFJF), Tatiana Gerhardt (EENF-UFGRS), Valéria Marinho (UFF) e Paulo Henrique Martins (NUCEM-UFPE) apresentaram os resultados de seus estudos que norteiam essa temática.
Roseney Bellato apontou estimativas e explorou a questão da tecnologia avaliativa em saúde. Como ponto de partida para seus estudos, ela destacou as experiências de adoecimento e a busca por um gerenciamento do cuidado em saúde para usuários e suas famílias: “Se o usuário não é o grande avaliador do sistema, a quem podemos delegar tal responsabilidade?”, polemiza.
Na seqüência, Juliana Lofego salientou a importância do agente de saúde, destacando a riqueza das experiências adquiridas na pesquisa, as possibilidades de diálogo entre os atores que são capazes de gerar mudanças nos processos de trabalho na saúde e a forma como essas experiências podem refletir no cuidado com o usuário.
Tatiana Gerhardt apresentou a pesquisa “Itinerários terapêuticos de pacientes com câncer: encontros e desencontros da atenção básica e alta complexidade nas redes de cuidado”, em que abordou a temática da organização do serviço de saúde e as trajetórias terapêuticas de pacientes portadores de câncer. Ela explicou ainda, as políticas de enfrentamento traçadas pelo governo para enfrentar a doença.
Para discutir as trajetórias assistenciais adotadas no município de Piraí, Valéria Marinho descreveu e analisou as práticas socioculturais dos indivíduos tendo em vista a melhor estruturação das redes, articulações com outros municípios e o suporte familiar de cada usuário. Já a debatedora Fátima Tavares, dentre outras afirmativas, reiterou o que foi dito pelos demais pesquisadores e acrescentou: “Os itinerários são um caminho fecundo para as práticas avaliativas no âmbito da saúde pública”.
E para finalizar, Roseni Pinheiro falou da importância de se estabelecer mediações que aglutinem diferentes práticas teóricas, além de criar pontos de contato para compreender a valorização no serviço de saúde. E Paulo Henrique Martins colocou a questão da lógica do usuário em detrimento da lógica do planejador, pondo em cheque as novas modalidades de construção da trajetória assistencial.
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