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Intensivão revisitou conceitos de integralidade

INTENSIVAO_BETH_E_ROSENI.JPGForam dias produtivos para quem participou da quarta edição do Intensivão da Integralidade, promovido pelo Lappis entre 12 e 18 de setembro, no Auditório do IMS/UERJ. A turma heterogênea, formada por alunos de várias regiões do país e diferentes programas de pós-graduação, pôde entrar em contato com o tema da “Construção Social da Demanda por Cuidado” em aulas dinâmicas ministradas por pesquisadores da Rede Multicêntrica de Pesquisa Lappis.

O curso deste ano tinha como objetivo revisitar a discussão, iniciada em 2005, com a edição do primeiro livro do Lappis sobre o tema: Construção social da demanda: direito à saúde, trabalho em equipe, participação e espaços públicos.  “A ideia era fazer uma releitura desses autores, tendo em vista o contexto atual de 22 anos de Sistema Único de Saúde e 12 do Laboratório da Integralidade”, comenta Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis e responsável pelo Intensivão. “E retomar o tema do cuidado e de algumas questões que não se esgotaram ou não estão resolvidas. Isso requer que a gente se volte para o que a gente pensa e continua afirmando”.

Para Roseni, é muitINTENSIVAO_ROSENI.JPGo pertinente voltar um olhar sobre o assunto neste momento em que se percebe uma ameaça ao Sistema Único de Saúde e à garantia dos direitos universais defendidos pelo SUS. “Acho que há uma naturalização disso e que, ao mesmo tempo, a gente não consegue perceber o quanto é importante essa luta por reconhecimento, por direito, por afirmação, tanto dos trabalhadores, quanto dos pesquisadores docentes, estudantes”, diz Roseni.

As aulas

O Intensivão contou com a participação de autores do livro anterior sobre a construção social da demanda. Inesita Araújo, do PPGICS/Icict/Fiocruz, relacionou a sua produção pessoal com a discussão entre Integralidade e Comunicação, enfatizando a responsabilidade desse campo para a saúde. O professor do IMS/UERJ, Kenneth Rochel Camargo Júnior, revisitou o texto escrito para o livro e avançou na discussão sempre provocadora sobre a medicalização na saúde. Na segunda-feira, 17, o dia inteiro com o professor José Ricardo Ayres trouxe para o grupo a discussão sitematizada da categoria do cuidado. E na terça, a professora Beth Barros (UFES) atualizou o debate sobre apoio institucional, oferecendo subsídios teóricos para repensar

INTENSIVAO_FIM_4.JPG as práticas dos trabalhadores seja com gestores seja com usuários.

Além desse corpo de docentes, o Intensivão contou ainda com aulas da própria professora Roseni Pinheiro e do professor Pablo di Leo, da Universidade de Buenos Aires, que apontou outras perspectivas metodológicas para a discussão sobre saúde coletiva e inivisibilidade social, a partir de exemplos de pesquisas com jovens usuários de crack em seu país.

Roseni acrescenta que esse é outro grande ponto positivo do Intensivão: conseguir articular diferentes metodologias tanto de pesquisa quanto de formação. “O que caracteriza os projetos do Lappis e a nossa rede multicêntrica de pesquisa é essa estética da construção compartilhada, solidária, que pode ser tensa em muitos momentos, mas guarda um posicionamento epistemológico que dá liberdade para cada um de seus pesquisadores colocar em pauta seus referenciais”, conclui.

Além dos textos e da exposição dos professores, o curso contou com o auxílio luxuoso de filmes, a exemplo de As Invasões Bárbaras, de Dennys Arcand, na aula inaugural, seguido por um rico debate. O documentário  sobre Maio de 68, exibido pela professora Beth Barros na manhã de terça-feira, e vídeos diversos também ajudaram a costurar as discussões. 

 

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