Eles vieram de vários estados brasileiros, Acre, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e da Região do Vale do São Francisco, no Nordeste. Também de diferentes programas de pós-graduação – da Enfermagem à Educação, passando pela Comunicação. Em todos, o sentimento comum de que o Intensivão da Integralidade foi extremamente rico ao possibilitar o contato com categorias teóricas importantes e com autores caros aos seus processos de pesquisa.
Cristiane Maria Amorim Costa é enfermeira do Hospital Pedro Ernesto, professora de Enfermagem e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS- ENSP/FIOCRUZ/UERJ/UFF). Para ela, o curso ajudou bastante ao trazer referenciais teóricos com os quais tinha algumas aproximações através de leituras. “Mas tomar contato com os autores, ouvi-los e poder trocar ideias, saber como foram construídas suas reflexões foi essencial”, explicou. “Eu estava numa área totalmente estável e saí da minha zona de conforto. Isso é muito bom para construir novas persperctivas e buscar novos conhecimentos”.
Marcelo Mayernyik, que recentemente concluiu mestrado em Saúde Coletiva na Universidade Federal Fluminense (UFF), já tinha trabalhado a Integralidade em sua dissertação que discutiu o pacto pela saúde. Ele fez o Intensivão como ouvinte e disse que as as aulas ampliaram a sua noção sobre o conceito. “As discussões que caminhavam sempre num sentido mais filosófico incentivaram a buscar as várias linhas que se entrecruzam quando se trata da Integralidade, trabalhando desde a Atenção Básica até a gestão. Isso é muito interessante”, acrescentou.
Para Silvia Regina Batista, estudante do primeiro ano de mestrado do PPGICS Icict/Fiocruz, as questões trazidas pelo Intensivão foram iluminadoras. “Eu não estava convencida de que o cuidado deveria se tornar uma palavra-chave na minha pesquisa. Era uma palavra que eu simplesmente naturalizava. Mas agora ela é uma categoria de pesquisa, assim como a discussão sobre os itinerários terapêuticos”, disse. A estudante, que trabalha com o tema das plantas medicinais dentro de uma interface com o conhecimento popular e o conhecimento científico, acrescentou que a Integralidade entra em definitivo na linha de investigação que pretende seguir. “É muito itneressante ver as ciências biomédicas com forte interdisciplinaridade com as questões das humanidades e das ciências sociais aplicadas”, concluiu.
As novidades
De acordo com Roseni Pinheiro, o Intensivão deste ano funcionou como um laboratório para o XIII Seminário da Integralidade, que já tem data para acontecer, entre 14 e 16 de agosto de 2012, na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), e também discutirá a construção da demanda por cuidado. “De certa forma, essa disciplina garante a vitalidade do tema da Integralidade e nós iremos compilar os eixos originários dessa discussão – que são o direito à saúde, o trabalho em equipe, a participação e os espaços públicos – para serem condutores do Seminário”.
Durante a avaliação da disciplina, na tarde de terça, mais uma novidade. Um convite aos alunos para apresentarem textos que possam ser incorporados na nova edição, revista e ampliada do livro, que sairá como resultado do Seminário.
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