A coordenação do Lappis promoveu, entre os dias 4 e 11 de outubro nas salas do Instituto de Medicina Social (IMS), o Intensivão Integralidade. Com o tema “Educação e Liberdade – Aportes teóricos conceituais para estudar a formação em saúde”, o curso é uma atividade bianual dedicada à difusão e disseminação da produção de conhecimento realizada pelo Lappis, assim como promover espaços de dialogo e interlocução com os autores/pesquisadores.
A disciplina foi elaborada à luz das diretrizes éticos-políticas definidas pelo grupo, estimando oferecer subsídios para o aprimoramento dos estudos e iniciativas de pesquisa, ensino e extensão aos participantes.
O curso reuniu um variado perfil de alunos. Estudantes de Mestrado e Doutorado do Instituto de Medicina Social (IMS/UERJ), UNIRIO e de vários Estados, entre eles Ceará (UFCE), Acre (UFAC), Santa Catarina (UFSC), Pernambuco (UFPE) e Rio Grande do Sul (UFRGS). A disciplina também contou com uma aluna e dois professores da Universidade de Buenos Aires (UBA)/ Instituto Gino Germani. Psicologia, Sociologia, Ciências Sociais, Nutrição, Medicina, Enfermagem e Administração são alguns dos cursos de origem dos participantes.
Mesmo terminando sua tese de Doutorado, a Psicóloga e Professora da Universidade do Vale de São Francisco (UNIVASF) em Pernambuco, Barbara Cabral, decidiu apostar na experiência de cursar a disciplina. “Estou adorando. Para mim, a ideia (do curso) é mobilizar e efervescer a troca de conhecimento. Resolvi vir e não me arrependo: as discussões têm me instigado. (A disciplina) É uma super iniciativa, que tem que ser mantida, pois está bem preparada, pensada e articulada”.
Pela primeira vez, o curso contou com a presença de Estudantes de graduação. Para os estudantes do quarto período do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco Maria Eduarda Dutra e Vitor Bahia, a experiência com uma disciplina de pós-graduação só acrescentou à formação. “As aulas são menos verticais, hierárquicas: os assuntos são conversados e debatidos o tempo todo. Algumas vezes não entendemos um determinado conceito teórico, mas conseguimos relacionar com a nossa experiência de campo”, observa Vitor Bahia, que atua no Núcleo de Cidadania (NUCEM/UFPE). “Trazemos a nossa experiência do NUCEM, em que já discutimos muita coisa do nosso dia a dia que foi apresentada por autores que estão aqui. Foi ótimo”, acrescenta Maria Eduarda Dutra, que participa de um projeto de extensão local.
Outro ineditismo da disciplina é a inclusão de alunos para além do Brasil. Os professores e pesquisadores Marisa Ponce e Pablo DiLeo, do Instituto Gino Germani de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires (UBA). Marisa Ponce, que fez parte do seu Doutorado no IMS, destacou a importância do curso como intercâmbio e atualização. “A disciplina me permitiu repensar alguns temas da minha tese”.
Para Pablo Di Leo, o contato com o IMS e com os trabalhos do Lappis sobre integralidade abriu novas possibilidades de pensamento e ação no campo da Saúde. “Institucionalmente, para o Doutorado em Ciências Sociais da UBA e Instituto Gino Germani, significou um crescimento muito importante, incorporando temáticas, abordagens teóricas da Medicina Social e Saúde Coletiva do Brasil. Apesar de perto geograficamente, estamos muitas vezes distantes nas perspectivas epistemológicas e formulação de perguntas. Esse intercâmbio permitiu aproximações”.
“Consideramos que favorecer intercâmbio com diferentes visões sobre o tema, envolvendo pesquisadores, discentes e docentes de diferentes regiões do país, traz uma riqueza de experiências que ampliam a nossa visão sobre saúde coletiva, em particular a integralidade do cuidado e os processos formativos”, diz Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis e responsável pelo curso.
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