Doze trabalhos de pesquisadores associados ao Lappis compuseram as apresentações do GT Integralidade, Mediações Sociais e Justiça na Demanda por Cuidado em Saúde, coordenado por Roseni Pinheiro (IMS/UERJ) e Paulo Henrique Martins (NUCEM/UFPE). O Grupo de Trabalho teve duplo objetivo: o primeiro, de configurar um espaço para discussão e reflexão crítica acerca dos nexos constitutivos e constituintes existentes entre as ações e práticas dos atores em suas redes de sociais, as mediações que são construídas e o cumprimento da justiça nas experiências de adoecimento que geram demandas por cuidado em Saúde. O segundo objetivo, subjacente ao primeiro, é a sistematização de trabalhos que versem sobre a temática apresentada, destacando suas vertentes epistemológicas, e o caráter interdisciplinar dos trabalhos apresentados.
Direito à saúde, reconhecimento, redes de apoio social, mediações sociais, experiências de adoecimento, itinerários terapêuticos que envolvam o debate sobre os saberes e práticas em políticas específicas, tais como saúde da mulher, criança, saúde mental, doenças crônicas consistiram o principal foco deste GT.
Segundo os coordenadores, o Grupo de Trabalho se justificou pela constatação de que a política de saúde brasileira tem se desafiado a fazer coincidir lei e factualidade, exigindo transformar cotidianamente, no plano da práxis, o patamar de relação entre Estado e Sociedade, e desta com o indivíduo, no intuito de lograr a revalorização da política como ação pública num contexto de desigualdades. Ao analisar o caso brasileiro à luz das características do Estado moderno laico, cujas feições na letra da lei se firmam, sendo na prática muitas vezes paradoxais. “Não há como deixar de observar, na arena política, como as diferenças têm forte expressão nas questões de etnia, gênero e raça, as quais atravessam todo o edifício social. Esse debate remete à necessidade de problematizar os efeitos e repercussões dessas questões na vida cotidiana das pessoas, sobretudo nas relações sociais que se estabelecem na construção dessas demandas”.
Além dos pesquisadores, o GT teve trabalhos de estudantes, trabalhadores e representantes da sociedade civil organizada. “É impressionante como o tema da integralidade e as discussões do LAPPIS atraem as pessoas”, diz Bruno Stelet, médico e mestrando do Instituto de Medicina Social (IMS/UERJ) e pesquisador do Laboratório. “As mesas desse GT foram bem disputadas, principalmente as discussões que sobre a formação de profissionais da saúde e a questão da centralidade do usuário nas pesquisas de avaliação e na formulação de políticas. É interessante ver como as pesquisas e temas do LAPPIS ressonam com pesquisadores da Saúde Coletiva de várias partes do país”.
O formato de apresentação pôster eletrônico foi a novidade do Congresso. Alda Lacerda (ESPJV/FIOCRUZ), que apresentou “O Trabalho em Rede dos Agentes comunitários de Saúde e Agentes de Vigilância em Saúde: elementos norteadores para a qualificação dos trabalhadores”, considera a novidade “interessante e inovadora”. “É importante que essa modalidade seja adotada nos próximos congressos da ABRASCO”. “Os pôsteres eletrônicos foram bem mais interessantes que o formato tradicional, pois permitiu mais debates e trocas de experiências”, corrobora o professor e pesquisador do Lappis Aluisio Gomes da Silva Jr (ISC/UFF).
Confira aqui os resumos dos trabalhos que foram apresentados pelos nossos pesquisadores.
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