Em recente entrevista publicada pela revista Radis, o ministro da Saúde Alexandre Padilha declarou que o “projeto do SUS tem que ser centrado no usuário”. “O debate tem que ser o SUS como projeto público, voltado para o usuário, com controle social permanente, e onde processo de valorização do gestor e dos trabalhadores tem que existir. Para mim, o SUS tem que ser um projeto usuário centrado: o centro sempre tem que ser o usuário, sempre o acesso. Não tenho bloqueio ou preconceito contra qualquer modelo gerencial”, afirmou, em reportagem de Adriano De Lavor e Bruno Dominguez.
Para a coordenadora do Lappis Roseni Pinheiro (IMS/UERJ), existe uma sutil diferença entre o conceito “centrado no usuário” e “usuário centrado”: “A centralidade no usuário significa uma inclusão concreta do usuário, no discurso e ação: na pesquisa, no ensino e na extensão. “Usuário centrado” me parece mais solipsista, mas self, interioridade”. A professora adjunta do Instituto de Medicina Social lembrou ainda que o Laboratório vem realizando pesquisas com foco no usuário há uma década. “Tivemos muito trabalho para desconstruir e reconstruir essa noção de usuário que é reconhecida como inédita. Mas, na verdade, o que importa desde que o usuário de fato seja reconhecido”.
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