Um dos pontos altos da participação do Lappis no evento foi o curso “Novas Perspectivas Conceituais e Teóricas para o Estudo de Demandas por Integralidade do Cuidado como Direito à Saúde”, coordenado por Roseni Pinheiro e Paulo Henrique Martins (NUCEM/UFPE).A oficina foi planejada à luz de uma tradição de pesquisa interdisciplinar em realizar estudos teóricos-conceituais-metodológicos que dialogam com conteúdos da filosofia, sociologia, direito e saúde. O constructo “cuidado como valor do direito à saúde”, de base empírica, foi utilizado como artefato epistemológico no estudo das práticas (ação/atuação) e saberes dos atores, em particular os usuários, envolvidos com a produção do cuidado.
Para os coordenadores, o construto cuidado como valor do direito à saúde oferece perspectivas analíticas, não pragmáticas, que auxiliam na realização de pesquisas sobre as ações (incluindo aspectos éticos e morais) dos usuários na efetivação dos seus direitos. O curso tem como base as perspectivas teóricas de Shultz, Hanna Arendt e Axel Honneth para uma investigação qualitativa de natureza teórica e prática acerca da tríade demanda-necessidade-oferta. Como proposição analisadora, a ementa tornou possível identificar os atributos constitutivos e constituintes da integralidade como direito de cidadania, cuja base de observação sustenta-se no cotidiano dos usuários na busca por cuidado em suas experiências de adoecimento.
“Interessa-nos destacar os aspectos culturais como um componente importante para ser incorporado em nossos pressupostos teóricos- metodológicos”, afirmam. “Tal proposição não se presta a servir às exigências de generalização da aplicabilidade de seu uso, como previsto nos estudos hegemônicos da saúde coletiva, mas constituir-se em um olhar sobre o cotidiano dos atores, destacando a centralidade do usuário na produção de cuidado na saúde em contexto de efetivação do direito”.
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