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Atenção Básica em saúde no município de Três Rios (RJ) é tema de dissertação

S6006511A atenção básica em saúde no município de Três Rios (RJ) foi tema de uma dissertação do Mestrado em Saúde Pública na ENSP/FIOCRUZ (Escola Nacional de Saúde Pública). O trabalho, realizado por Renata Odete de Azevedo Souza e apresentado em 30 de março, teve a orientação da professora e pesquisadora Cristiani Vieira Machado.

A atenção básica em saúde no município de Três Rios (RJ) foi tema de uma dissertação do Mestrado em Saúde Pública na ENSP/FIOCRUZ (Escola Nacional de Saúde Pública). O trabalho, realizado por Renata Odete de Azevedo Souza e apresentado em 30 de março, teve a orientação da professora e pesquisadora Cristiani Vieira Machado.

Sob o título “A atenção básica em saúde no município de Três Rios – uma análise da gestão e organização do sistema de saúde”, o trabalho consistiu em um estudo de caso sobre a política e configuração da Atenção Básica em Saúde de Três Rios, município de médio porte localizado na região Centro Sul Fluminense do estado do Rio de Janeiro. A metodologia teve base nos diferentes aportes da literatura de avaliação sobre Atenção Básica em Saúde, principalmente em estudos de implementação da política e os que enfocam o papel e a configuração da APS no sistema municipal de saúde. As principais categorias de análise foram o contexto político institucional, a configuração e a organização da AB, as condições de atendimento das Unidades de Saúde da Família e a articulação entre os serviços de saúde.

A pesquisa mostrou que o município apresentava fragilidades históricas na gestão pública e que ainda mostra uma forte presença do setor privado na prestação de serviços de saúde, principalmente os de apoio diagnóstico e hospitalares. “Observa-se no período recente uma marcante indução das políticas de saúde pelo Ministério da Saúde, além de influência de agentes como o Judiciário e o Ministério Público. A Atenção Básica do município é desenvolvida principalmente pela Estratégia de Saúde da Família com elevada cobertura, mas com dificuldades de infraestrutura das unidades e inadequações na política de recursos humanos”, disse a autora, Renata Odete de Azevedo Souza. Para a mestranda, outro importante achado foi o papel da Unidade de Pronto Atendimento, que se apresentou com capacidade resolutiva limitada e como intermediária no encaminhamento de pacientes tanto para a atenção básica como para unidades de referência especializada. “Observamos também a persistência de dificuldades no acesso e na articulação entre os serviços de saúde, como a frequente falta de retorno das informações sobre o atendimento prestado nos serviços especializados para as unidades de saúde da família que encaminharam as pessoas. Isso prejudica a continuidade do cuidado”. 

Para ela, o maior desafio foi conciliar as diversas estratégias metodológicas para que os resultados fossem os mais completos possíveis. “Houve também dificuldades no levantamento da documentação histórica, pois com a troca recente de gestão muitos documentos foram perdidos”.

A dissertação concluiu que houve avanços importantes na condução e organização da política de saúde e de atenção básica no período recente, mas é necessário maior investimento, principalmente na Estratégia de Saúde da Família, por meio de unidades bem estruturadas e equipadas e da valorização dos profissionais. “Seria importante, além de ampliar a cobertura da Estratégia e rever o papel das policlínicas, iniciar a construção de unidades com estrutura e ambientes apropriados, criar um plano de cargos e salários para os servidores municipais, estabelecer mecanismos de qualificação profissional, além de realizar um concurso público para efetivar os profissionais da Estratégia de Saúde da Família”.

A Drª Marina Ferreira de Noronha (co-orientadora, professora pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde – DAPS/ENSP), Drª Roseni Pinheiro (coordenadora do LAPPIS/IMS/UERJ) e a Drª Maria Helena Magalhães de Mendonça (pesquisadora da ENSP/Fiocruz) compuseram a banca do trabalho.

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As componetes da banca, da esquerda para direita: Drª Marina Ferreira de Noronha (co-orientadora, professora pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde – DAPS/ENSP); Renata Odete de Azevedo Souza (autora do trabalho);  Drª Cristiani Vieira Machado (orientadora – professora pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde – DAPS/ENSP); Drª Roseni Pinheiro (pesquisadora do LAPPIS/UERJ); Drª Maria Helena Magalhães de Mendonça (pesquisadora da ENSP/Fiocruz).

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