Notícia

Argentina aprova pesquisa em cooperação com Lappis/IMS/UERJ

Brasil ArgentinaA parceria entre Brasil e Argentina nos estudos sobre integralidade em saúde ganhou reconhecimento e estímulo com a aprovação, em fevereiro, de uma pesquisa pela Convocatória Cooperación Internacional 2014, realizada pelo Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) no país vizinho.

 

Intitulada “Direito e politicas públicas em torno do cuidado de pessoas em condições de deficiências, violências e consumos problemáticos de drogas, residentes em bairros vulnerabilizados do Rio de Janeiro e Buenos Aires”, a pesquisa se propõe a sistematizar os marcos normativos e as abordagens estatais, identificando os pressupostos conceituais vinculados ao cuidado dessas populações. Para a análise crítica dos pressupostos identificados serão utilizadas ferramentas conceituais provenientes da medicina social, da saúde coletiva e da teoria social contemporâneas, visando identificar limites e potencialidades para o desenvolvimento de estrategias de cuidado integral.

pablo d leo pesquisao pesquisador do Lappis e responsável pelo projeto na Argentina, Pablo Di Leo, a possibilidade que se abriu permite seguir um trabalho mais próximo e em conjunto,  fortalecendo a parceria iniciada em 2008 entre o Instituto de Medicina Social/Universidade do Estado do Rio de Janeiro  e o Instituto Gino Germani/ Universidad de Buenos Aires. “O projeto multicêntrico aprovado inclui o financiamento de viagens e estadias de formação de pós graduações entre os dois destinos. Além de produzir um trabalho comparativo muito interessante, a temática marca a integralidade do cuidado que em Buenos Aires nós estamos desenvolvendo”, explica.

No Brasil, a pesquisadora responsável pela pesquisa é a coordenadora do Lappis, Roseni Pinheiro. Ela considera que as pesquisas que vem sendo construídas no campo da integralidade do cuidado ao longo dos últimos 15 anos, repensando a ideia do direito humano à saúde e integrando as perspectivas metodológicas e conceituais, são a base desta parceria binacional. “Isso possibilitou de uma forma muito auspiciosa que a gente conseguisse um caminho virtuoso para fazer essa troca e integração dos saberes para além das fronteiras geográficas, políticas e culturais.”

No âmbito do Instituto de Medicina Social, Roseni Pinheiro avalia como um grande ganho ter este projeto aprovado e selecionado. Para ela, esta coooperação bilateral reitera o reconhecimento de instituições de apoio à pesquisa científica e técnica de outros países da América Latina, em particular da Argentina, “de apoiar e estimular o intercâmbio de investigações que de fato favoreçam e possibilitem análises mais acuradas sobre a situação dessas populações vulneráveis.”

Um desdobramento do projeto pode seguir na ampliação de pesquisas e propostas de formação junto à rede de pesquisadores da Integralidade em Saúde. Segundo Pablo Di Leo, o desenho metodológico proposto pode ser uma base para pesquisas em outras regiões. “Como no caso específico da Amazônia Legal, que é um espaço estratégico elegido pelo Lappis para aprofundamentos”, sugere o pesquisador.

O Programa de Cooperación Bilateral, onde se insere a pesquisa, é um convênio entre o Ministerio de Ciencia, Tecnologia e Innovación Productiva (MINCyT) da Argentina com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/ MEC) no Brasil. 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*