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Conferencista fala sobre legitimidade das ciências sociais e humanas na saúde

altMadel Therezinha Luz é líder do Grupo CNPq Racionalidades em Saúde: Sistemas Médicos Complexos e Práticas Integrativas em Saúde, professora, filosofa, socióloga, doutora em ciência política e autora de diversos livros. Há mais de 30 anos luta pela legitimidade das ciências humanas e sociais na saúde. Referência no assunto, ela foi eleita, por unanimidade, para ser a conferencista de abertura do VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde.

Para a líder do Grupo CNPq Racionalidades em Saúde, a escolha foi uma forma de reconhecimento. “Foi uma surpresa. Eu interpreto essa oportunidade como uma espécie de recompensa, como forma de homenagear o grupo de pessoas que luta pela legitimação das ciências humanas e sociais na saúde”.

Segundo Madel, sua fala abordará a relação entre teoria e prática e, também, a junção da ética, da política e do conhecimento após séculos de separação. “Atualmente, estamos chegando a um momento em que não pode mais existir a dicotomia entre o saber e a prática. Quando falo da prática, me refiro ao mesmo tempo à política e a ética”. 
A conferencista avalia que o tema do VI Congresso é uma constatação do progresso frente à integralidade disciplinar. “O próprio tema circulação de saberes tem uma interlocução entre as disciplinas, algo inimaginável quando houve o primeiro Congresso. Eu gosto desta questão do tema, da circularidade não só em termos de disciplina, mas como formas de expressões. Esta relação entre teoria e prática que aparentemente está mudando na sociedade ocidental”.

Para a Conferencista, a legitimação das ciências sociais e humanas na área da saúde está sendo conquistada aos poucos. “Estamos conseguindo validar as ciências sociais e humanas num campo que era muito fechado, que pertencia a medicina propriamente dita. Antes, era um ramo da medicina voltado para o quantitativo, como a epidemiologia, por exemplo. Foi duro. Afinal, são três décadas de tentativas e de transformação. Mas acho que estamos chegando lá.”, ressalta.
 

Autora do livro O lugar da mulher, no qual analisa os principais paradigmas da ascensão feminina na sociedade, Madel também comenta sobre a participação das mulheres no grupo de justificação, de legitimação e de inserção das Ciências Sociais. “As mulheres são batalhadoras em todos os campos do conhecimento, da prática, mas no que concerne área das ciências sociais em saúde, elas correspondem a 95%. Tivemos elementos masculinos importantes na busca dessa legitimação, como Everardo Duarte Nunes, Hésio Cordeiro e José Luiz Fiori. Mas foram as mulheres que realmente trabalharam para isso.”, conclui. 

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