Um estudo sobre a regionalização da saúde pela ótica de atores municipais, regionais e estaduais resultou na tese de doutorado "Planejamento regional ascendente e regionalização: atores e estratégias da organização dos fluxos de utilização dos serviços de saúde". Apresentada no último dia 15, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a tese de doutorado de Adriana Roese sob a orientação da professora Tatiana Engel Gerhardt, pesquisadora associada do Lappis, levou em conta envolvidos com a gestão em saúde de 13 municípios da “Metade Sul” do Rio Grande do Sul.
Satisfeita com o resultado, Adriana acredita na continuidade da pesquisa e no diálogo que isso pode propiciar. “A possibilidade de dar sequência e poder auxiliar os municípios, coordenadorias regionais de saúde e Secretaria Estadual de Saúde é algo que estimula a sequência dos estudos na área e me deixa muito feliz”, diz.
Os grandes eixos da pesquisa foram o espaço político, o espaço geográfico e os atores sociais e a concepção de “território” para a saúde. “Essa concepção atual, com muitas divisões territoriais, tem propiciado uma fragmentação, pois há diferentes distribuições dos municípios, dependendo da configuração de determinado nível de organização do sistema”, apresenta a autora da tese.
Para ela, o fato de, em uma divisão administrativa, o município pertencer à determinada área, e, em outra divisão, a uma distinta, gera um problema. “Isso contribui para fragmentar o território e acirrar as relações de poder, sendo um obstáculo à capacidade de negociação e cooperação nas Regiões”, diz.
A partir daí, a tese de Adriana aponta para uma maneira de pensar o território a partir dos fluxos o que proporcionaria, segundo a autora, a configuração de outras formas de relações de poder e por consequência da tomada de decisão no jogo político. “Assim, os atores dos diferentes entes federados poderiam também ser sujeitos atuantes na arena decisória, influenciando a política em seu espaço geográfico e em outros espaços, ampliando sua capacidade de atuação no jogo político”, conclui.
A tese foi apresentada na Escola de Enfermagem da UFRGS. Participaram da banca de Adriana, além da orientadora Tatiana Engel Gerhardt (presidente – PPGENF/UFRGS); os professores Alcides Silva de Miranda (EENF/UFRGS); Aluísio Gomes da Silva Junior (ISC/UFF); Ana Luiza Queiroz Vilasboas (ISC/UFBA); e Maria Alice Dias da Silva Lima (PPGENF/UFRGS).
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