Unidos pelo ideal comum de fortalecimento do ensino e da difusão da pesquisa, docentes do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IMS/UERJ) estiveram presentes no primeiro Seminário Científico de Integração de Grupos de Pesquisa em Saúde Coletiva, realizado para marcar a cooperação entre a UERJ com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O evento ocorreu nos dias 20 e 21 de novembro, na Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas e contou com a participação de mais de 40 interessados.
Trata-se da implementação de uma agenda de cooperação técnica científica destinada a fortalecer a criação e intensificação de grupos de pesquisa no campo da saúde coletiva, envolvendo docentes, discentes e técnicos administrativos da UEA. Ancora-se essa pesquisa no Doutorado Interinstitucional (Dinter), aprovado pela CAPES, entre o PPGSC do IMS-UERJ e UEA no âmbito do convênio PROATEC de desenvolvimento interinstitucional na parceria entre ambas universidades.
Norteado por uma perspectiva interdisciplinar e orgânica, o seminário científico de integração contou com a participação de Programas de Investigação com tradição no IMS-UERJ, ao nuclear atividades envolvendo as três grandes áreas de concentração do PPGSC do IMS, assim representadas:
- Na área da Epidemiologia liderada pelo prof. Antonio Ponce de Leon (de Epidemiologia Ambiental)
- Na área das Ciências Humanas em Saúde, contamos com a liderança dos professores Francisco Ortega (do Programa de Estudos e Pesquisas da Ação do Sujeito/ PEPAS) e Horacio Sivori (do Centro Latino Americano de Sexualidade e Direitos Humanos/ CLAM)
- Planejamento e Administração em Saúde, com os professores Cid Manso de Melo Viana (Líder do Grupo de Pesquisa do CNPq e Diretor do IMS/UERJ), Tania Maria França (do Grupo de Pesquisa ObservaRH-IMS/UERJ), Roseni Pinheiro e André Mendonça e (líder do Grupo de Pesquisa e pesquisador do CNPq/LAPPIS).
Durante a tarde do segundo dia do evento, 21 de novembro, os professores Roseni Pinheiro e Cid Manso apresentaram a proposta “As Estratégias para Produção, Disseminação, Divulgação e Incorporação do Conhecimento em Saúde Coletiva na Região Amazônica”, integrante no Convênio Proatec-UERJ e UEA.
Novas possibilidades à vista
De acordo com Fernando Herkrath, professor assistente da UEA, participante do evento e candidato ao Dinter, a parceria entre as universidades significa a possibilidade de formação acadêmica dos docentes da instituição amazonense, através de um programa de excelência. “A parceria IMS/UERJ com a UEA contribui com a redução do impacto imposto pelas desigualdades regionais no acesso à pós-graduação para uma parcela significativa dos nossos professores. Além disso, possibilitará a consolidação de grupos de pesquisa e fortalecimento das atividades de pesquisa, possibilitando o desenvolvimento científico e acadêmico da nossa ainda “jovem” universidade, com consequente benefícios para os discentes, toda a comunidade acadêmica e também para a sociedade na qual estamos inseridos”, detalha Fernando Herkrath.
Criada em 2001, a Universidade do Estado do Amazonas, de acordo com dados institucionais, está distribuída hoje em 57 municípios constituindo uma oferta total de 223 cursos para uma comunidade de 22.562 estudantes matriculados, dos quais 13.395 no interior e 9.167 na capital Manaus.
Ainda segundo Fernando Herkrath, os grupos de pesquisa formado para a iniciativa representam o fortalecimento das atividades de pesquisa na UEA e, consequentemente, ampliação do retorno que a comunidade acadêmica pode trazer à sociedade onde se insere. “Na reunião dos docentes com interesse na linha de pesquisa em epidemiologia, da qual tive a oportunidade de participar, as conversas foram em caráter inicial, porém considero um importante ponto de partida para agregação dos docentes com interesses afins, antes segregados em seus respectivos cursos, para a futura formação e consolidação de um grupo de pesquisa atuante”.
Raika Guimarães, Mestre em Imunologia Básica e Aplicada pela Univerdidade Federal do Amazonas (UFAM) e também docente na UEA nas disciplinas de Semiologia e Semiotécnica, complementa esta visão ao ressaltar que os grupos de pesquisa fortalecem os pilares de ensino, pesquisa e extensão.
Também, a professora já está se preparando como candidata ao doutorado. “Estou desenhando um modelo de estudo qualitativo e quantitativo entre docentes das escolas públicas municipais e estaduais da cidade de Manaus, analisando o enfrentamento das discussões sobre saúde e sexualidade entre os adolescentes e professores do ensino médio.”
“Minha intenção é trabalhar com os determinantes sociais da saúde (DSS). Os DSS incluem as condições mais gerais de uma sociedade (por exemplo: fatores demográficos, socioeconômicos, culturais e ambientais) e sua relação com comportamentos relacionados à saúde e a ocorrência de doenças e agravos e seus fatores de risco na população. Dessa forma, o processo saúde/doença transcende a questão biológica e passa a ser também resultado de um contexto social”, se anima Herkrath.
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