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Roda de conversa discute a saúde no contexto da crise política e econômica

Pessoas de variadas instituições e inserções na saúde se reúnem no IMS/UERJ para pensar e avaliar conjuntura atual.   

 

reuniao conjuntura2Estudantes, professores e funcionários de diversas instituições se reuniram no dia 30 de setembro para a roda de conversa “A saúde no contexto da crise política e econômica”. O encontro teve como objetivo discutir a conjuntura de crise econômica e política do cenário nacional e os seus reflexos no setor saúde, assim como pensar em estratégias de atuação e de resistência.

O evento, que foi idealizado inicialmente por estudantes da residência multiprofissional da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ), ocorreu no auditório do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), contando com aproximadamente 60 participantes.

reuniao conjuntura3Na opinião de Sofia Sayuri Yoneta, residente da ENSP/FIOCRUZ, a atividade foi importante para debater a conjuntura atual. “Em um ano como 2015, em que diversos retrocessos no campo dos direitos humanos e trabalhistas foram legalizados com o protagonismo de Eduardo Cunha (PMDB) na Câmara, junto com grandes cortes orçamentários na Saúde e Educação, as manobras descaradas nos ministérios causam uma grande indignação e, ao mesmo tempo, insegurança com esse governo e toda crise política e econômica mundial”, comenta Sofia. A residente, que contribui na organização do evento, declara ainda a dificuldade de se conseguir desenhar saídas claras a essa crise econômica, política e de representatividade, mas acredita que a organização e mobilização dos diversos grupos e movimentos sociais são as vias mais potentes para pensar respostas e resistir na defesa de um Sistema Único de Saúde (SUS) coerente e para todos.

O doutorando do IMS/UERJ Leandro Gonçalves avalia que o encontro sinaliza que as pessoas não estão paradas. “Embora não tenhamos ações e respostas claras às questões emergentes, que haja uma sensação que as instituições ligadas ao Movimento Sanitário estão inertes e com as mãos atadas, estamos em movimento, articulando e buscando propostas”. Para ele, o encontro os reconcilia com uma tradição solidária e ativa: foi idealizado por Residentes da Fiocruz, aconteceu no IMS/UERJ, reuniu pessoas de diversas instituições e cidadãos em geral (professores, doutorandos, mestrandos, profissionais da ponta, técnicos administrativos).

“Somos plurais, essa é a nossa força. A expectativa é que contemos com mais pessoas ligadas a movimentos sociais nos próximos encontros e que possamos avançar nas discussões sobre que Estado desejamos, que cidadania estamos propondo e do papel da saúde numa sociedade mais solidária e justa”, reforça Leandro Gonçalves.

O debate realizado neste dia apontou para uma necessidade de seguir fortalecendo e ampliando essa discussão. A segunda edição do debate sobre a saúde na conjuntura atual, com o tema Gestão do SUS: produtividade ou equidade?  acontece na quinta-feira, dia 15 de outubro, às 18h, no auditório do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ).

 

Por César Augusto Paro

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