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Radiografia da saúde no Brasil

médico jalecoA distribuição de médicos e profissionais de saúde no Brasil está longe de ser igualitária. Na maioria das vezes, esse quadro vai muito além da luta por políticas de implantação de cursos para formação profissional, que estão inclusive aumentando. De maneira didática e simples, podemos analisar o nosso país, sob uma ótica de regiões “europeias” e “africanas”, considerando exclusivamente os índices de profissionais espalhados pelas cinco regiões.  O que chama a atenção da OMS são as diferentes realidades no Brasil (para nós, não há novidade alguma nisso). No Sudeste, por exemplo, a taxa média é de 2,6 médicos por mil habitantes, superior à dos Estados Unidos (2,4), Canadá (2,0) e Japão (2,1) de saúde no mundo. Mas, nos Estados do Norte, são 1,0 médicos para cada mil pessoas, abaixo da média nacional de países como Trinidad e Tobago, Tunísia, Tuvalu, Vietnã, Guatemala, El Salvador ou Albânia.

A Revista Istoé Independente, publicou uma matéria no segundo semestre de 2013, falando dos desafios que precisamos enfrentar para mudar a dura realidade de termos quase a metade dos médicos que necessitamos *. Dados como estes, fizeram com que no mesmo ano, a própria OMS emitisse um alerta sobre a escassez de médicos no Brasil, para que nossos olhos finalmente se voltassem para a saúde, com mais atenção, incitando novos programas de reorganização e redistribuição de profissionais. Teve gente trabalhando muito para mudar essa realidade. O maior programa até então é o Mais Médicos, cujo foco, por exemplo, é a rede de cuidados da Atenção Básica, ou seja, consultas, diagnóstico, tratamento de doenças e prevenção. Os procedimentos mais complexos como cesarianas e cirurgias ficarão a cargo de outros médicos e de especialistas. Fortalecendo a atenção básica, onde estima-se que quase 80% dos problemas podem ser resolvidos, haverá uma diminuição significativa de agravantes que podem gerar transtornos e superlotação de hospitais. E, de lá pra cá o que mudou?

Os postos de atendimento estão menos lotados e em regiões remotas, onde não tínhamos sequer um único profissional, o quadro já mudou. O Rio Grande do Sul, estado que obteve grande sucesso com o programa, recebeu mais de 81% dos médicos que solicitou, e o Pará, que tem um dos piores índices de saúde no Brasil, já recebeu quase 600 médicos. Disponibilizar, incentivar e subsidiar iniciativas que investem na saúde pública é garantir a universalização desse direito! Mas claro, um ano após o início do Mais Médicos, é preciso retomar as pesquisas sobre essa radiografia e buscar novas soluções para o que ainda não deu certo.

 

 

*veja a matéria da Revista Istoé e conheça o início do Programa Mais Médicos : http://www.istoe.com.br/reportagens/313133_O+BRASIL+TEM+METADE+DOS+MEDICOS+QUE+PRECISA

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