Valorizar a fala do estudante como um sujeito político, estabelecendo um elo entre a saúde coletiva e a filosofia de Hannah Arendt. Eis o desafio sobre o qual se debruça o mestrando Bruno Stelet. Pesquisador do Lappis, Bruno qualificou, na tarde desta sexta-feira, 27, seu projeto de mestrado: “Narrativas de estudantes de medicina sobre experiências de extensão universitária: um estudo sobre repercussões de ações extensionistas na construção de virtudes durante a formação médica”.
Entendendo a formação como uma das questões centrais para a saúde coletiva, Bruno vem discutindo a extensão universitária como espaço de produção de conhecimento para além do conhecimento biomédico, investigando as experiências dos estudantes a partir de suas narrativas. “Analisamos essas narrativas numa perspectiva política, a fim de entender como os estudantes exercitam a ‘virtude’ da qual fala Hannah Arendt, pensando também o cuidado como ação política”, pontua Bruno, cujo trabalho teórico dialoga ainda com a concepção de narrativa e experiência em Walter Benjamin.
Neste segundo momento do projeto, Bruno vai dar início a etapa de entrevistas. “Mas o que a literatura nos mostra até aqui é que há um território fértil tanto didático-pedagógico quanto ético-político para valorizar a extensão na formação em saúde”, acrescenta Bruno. A banca de qualificação foi composta pela orientadora Roseni Pinheiro e pelos professores Bethânia Assy, Lilian Koifman e Francisco Ortega. O auditório do IMS/UERJ estava repleto de estudantes e a qualificação foi transmitida em videoconferência para o Núcleo de Humanização da Secretaria de Saúde de Juazeiro, da Bahia, como forma de socializar a discussão.
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