Teve inicio na última sexta-feira, 11 de outubro, o curso de Especialização em Educação Permanente em Volta Redonda. O projeto, que faz parte do Programa de Fortalecimento da Qualificação dos Profissionais de Saúde na Região do Médio Paraíba, contou com a presença da secretária de saúde do Município de Volta Redonda, Suely das Graças Pinto, da coordenadora regional- Comissão Intergestores Regional Médio Paraíba, Sonia Regina S. de P. Machado e da líder do Grupo de Pesquisa do CNPq Lappis/IMS/Uerj, Roseni Pinheiro, que proferiu a aula inaugural.
Na abertura do evento, a secretária municipal de saúde, Suely Pinto ressaltou a importância do curso e da presença da professora Roseni Pinheiro para a construção de um novo pensar em saúde na região. “Hoje, teremos a oportunidade de construir nosso cotidiano de outra forma, diante do compartilhamento do conhecimento da professora Roseni Pinheiro, tendo a Integralidade como conteúdo”. Por sua vez, Roseni falou sobre o desafio e a inovação na articulação e na busca da Integração e do compartilhamento de reflexões. “Estamos diante de um desafio, que também é uma inovação, uma das características do Lappis, laboratório que coordeno na Uerj. Espero que de fato esse curso que é o primeiro dentro do Programa de Fortalecimento da Educação Permanente na região tenha um potencial integrador”. Em sua fala, Sônia destacou a relevância da parceria para a transformação do cotidiano dos profissionais de saúde. “Uma união que com certeza será profícua na sua execução e nos seus resultados pela integralidade no atendimento à saúde”.
Após o encerramento da abertura, Roseni Pinheiro proferiu a aula inaugural, abordando os princípios da Integralidade e sua acuidade para o atual momento da saúde no Brasil. “A integralidade só existe se atuarmos coerentemente com esse processo. Integralidade como ação, como princípio só se realiza atuando, agindo, mas é um agir pensado. Integralidade por direito não é só o acesso à saúde mais ao cuidado. A reflexão tem que ser operacionalizada. Historicamente a gente sempre teve uma divisão: a clínica de um lado e o epidemiológico de outro, o quantitativo terrível de um lado e o qualitativo maravilhoso de outro, esta na hora de desfragmentar”, reforçou.
No final, Roseni convocou todos os presentes para refletirem sobre o seu atuar na saúde. “Como fazer a inclusão dos princípios da integralidade no seu dia a dia? Como construímos aspectos que encorparam a integralidade?”, questionou. “Acolhimento não tem lugar é uma atitude. A integralidade é um conceito ferramenta que não abre mão da sabedoria, da experiência que cada um tem e da vivência no seu cotidiano. Vocês devem perguntar a si mesmos se gostariam de ser atendidos por vocês”, finalizou.
A reflexão repercutiu de forma positiva entre o público, composto na sua maioria por profissionais da saúde. Para Leonardo, enfermeiro do Centro Psicossocial Infanto Juvenil (Capsi), de Resende, a aula inaugural foi bastante proveitosa. “A professora Roseni conseguiu falar com palavras simples, dentro do contexto, o que Integralidade. Espero sair do curso com uma melhor bagagem e visão do tema”.
Para Maria Elvira, psicóloga e coordenadora do Programa de Saúde Mental, Álcool e Drogas, de Barra Mansa, foi uma aula bastante produtiva bastante produtiva. “È um tema vasto, que precisa ser discutido sempre para que seja uma construção contínua. Sem integralidade o SUS não funciona. A Integralidade tem que estar presente a cada minuto, a cada segundo do nosso dia a dia”.
EXPERIÊNCIA SERÁ REGISTRADA EM LIVRO
Após a aula inaugural, na parte da tarde, equipe do Lappis e coordenadores/as dos cursos do Programa de Fortalecimento da Qualificação dos Profissionais de Saúde na Região do Médio Paraíba, estiveram reunidos na Secretaria de Saúde de Volta Redonda, para definir aspectos relevantes à confecção do livro que irá registrar a experiência no Médio Paraíba.
Dentre os tópicos abordados, destacam-se a escolha da narrativa, a definição de uma equipe de apoio técnico para a construção desta narrativa, aprimoramento do material colhido, uma maior integração entre as áreas abordadas pelos cursos. Também foi apontada a necessidade de identificar um núcleo pedagógico para a produção do registro das experiências desse projeto em ensino permanente.
Para a coordenadora do Lappis, Roseni Pinheiro, esse exercício da memória transforma pessoas. “O registro das experiências não só contribui para o fortalecimento da integralidade como constrói a história para gerações futuras”.
Além da elaboração do livro, os 18 meses de desenvolvimento do Projeto serão registrados em vídeos.
Participaram da reunião:A coordenadora do Lappis, Roseni Pinheiro, o gestor de projetos do Lappis, Júlio Evo, a coordenadora do Centro de Integração de Educação e Saúde (Cies), Marta Gama, a coordenadora de educação em saúde de Volta Redonda, Irene Müler, o representante do Cies de Itatiaia, Jaildo Monteiro Souza e o representante do Cies de Porto Real, Fredson Serejo.
Conheça o Projeto:O Programa de Fortalecimento da Qualificação dos Profissionais de Saúde na Região do Médio Paraíba é um acordo de parceria entre o Lappis e o CIR-MP, firmada em 19 de setembro de 2013, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da política de educação permanente em saúde na região. Para desenvolver o Programa serão realizados seis cursos: Educação Permanente, Álcool e Drogas, Geriatria e Gerontologia, Saúde da Mulher, Saúde do Homem e Saúde Mental. Os cursos serão realizados ao longo de 18 meses. O primeiro, Educação Permanente, teve inicio em outubro.
Seja o primeiro a comentar