Casos como o da paciente que morreu após uma cirurgia realizada (provavelmente) no lado errado do cérebro, trouxe novamente à tona a discussão da segurança do usuário no sistema de saúde. Saiba o que o Ministério da Saúde está fazendo para tentar evitar essa situação.
Incidentes dramáticos de mortes evitáveis, decorrentes de procedimentos cirúrgicos e anestésicos, infecção hospitalar e outros problemas relacionados ao cuidado ao paciente. Desde a década de 1980, a mídia tem noticiado os problemas que podem ocorrer devido à falta de segurança do paciente. Recentemente, o caso da usuária que morreu após uma cirurgia realizada, provavelmente, em local errado trouxe à discussão a triste realidade dos problemas de segurança aos quais os pacientes estão expostos nos serviços de saúde.
Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz, financiado pelo CNPq, analisou três hospitais no Rio de Janeiro e mostrou que, 8 (oito) em cada 100 pacientes internados sofrem um ou mais eventos adversos, freqüência semelhante àquela observada nos países desenvolvidos. Mas o mais grave é que 67% destes eventos poderiam ser evitados através de ações gerenciais conhecidas.
A fim de evitar que casos como esse volte a ocorrer, o Ministério da Saúde do Brasil aderiu à campanha: Cirurgia Segura Salva Vidas (Safe Surgery Saves Lives), cujo objetivo é melhorar a segurança do cuidado cirúrgico em todo o mundo, definindo padrões de segurança que podem ser aplicados em todos os países membros da OMS. O foco dessa iniciativa é a adoção nos hospitais de um checklist padronizado, preparado por especialistas para ajudar as equipes cirúrgicas a reduzirem as ocorrências de danos ao paciente.
O checklist tem que ser realizado em TODAS as cirurgias e em todas as fases: antes do início da anestesia, antes da incisão na pele e antes do paciente sair da sala cirúrgica. Em cada fase, o coordenador do checklist deve confirmar se a equipe cirúrgica completou todas as tarefas previstas para aquela etapa, antes de prosseguir com a cirurgia.
Em artigo publicado no site do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fiocruz, a pesquisadora Claudia Travassos afirma que, para que medidas como esta faça parte do cotidiano dos hospitais brasileiros, é fundamental que os profissionais e a sociedade estejam cada vez mais vigilantes para os potenciais riscos inerentes ao processo de cuidado e conscientes da seriedade dos problemas de segurança.
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