A décima primeira edição do seminário do Projeto Integralidade marcou o início de uma nova fase para o evento. Pela primeira vez, o encontro foi realizado fora do estado do Rio de Janeiro. A cidade de Recife, em Pernambuco, foi escolhida para sediar o seminário. Nessa reportagem, a coordenadora do Lappis Roseni Pinheiro (na foto, ao lado dos Profs. Artur Perrusi e José Ricardo Ayres), apoiadores e ouvintes comentam o seminário.
"Apesar de ser o primeiro seminário fora do Rio e a preocupação com a logística, foi fantástico. Tivemos o acolhimento e o apoio das instituições e participantes do Norte, Nordeste e Centro-Oeste", relata a coordenadora do Lappis Roseni Pinheiro (IMS/UERJ). Segundo a coordenadora, o evento manteve a qualidade, o formato e não foi um seminário "compactado" por estar fora da base. "Unimos o local com o que tem de global na discussão, além de poder contar com pesquisadores e instituições também daquela localidade. Isso foi riquíssimo. Conseguimos fazer uma mesa sobre extensão universitária, com o apoio do nosso querido José Ricardo Ayres, que foi um sucesso", diz. "No final do dia, as pessoas não queriam ir embora. Soube que tinha até ônibus para levar os participantes do Rio Grande do Norte, da Paraíba, do Ceará…"
O seminário contou com uma média de 400 pessoas por dia. "É motivador ver um auditório cheio em um evento dentro da sociologia da saúde", disse o estudante Vitor Bahia, bolsista do NUCEM/UFPE, que ajudou na organização do evento no local. "É a primeira vez que participo desse seminário. Achei o evento uma oportunidade ímpar, onde foi discutida essa diversidade de ideias da tão bem vinda integralidade. Como professora, penso que é muito válida a questão da desconexão da atuação do docente com a prática. A discussão coletiva também foi muito boa", afirmou Rute Andrade Chagas, enfermeira e diretora científica e cultural da Associação Brasileira de Enfermagem – Seção Pernambuco, professora da disciplina Saúde da Criança da Fundação de Ensino Superior de Olinda.
"Gostei muito do seminário. O que me chamou mais atenção foi a forma como o grupo aborda o cuidado", conta Edvânia, agente comunitária de saúde da Prefeitura de Recife e estudante de Enfermagem da Faculdade Maurício de Nassau. "A questão de levar o estudante de Medicina para o território facilita muito o aprendizado e ajuda os profissionais a lidar com o usuário".
Em consonância com os depoimentos, Roseni Pinheiro reitera que os debates fluíam no sentido de estabelecer uma produção do comum. "O seminário, pela sua forma de construção, condução e desenvolvimento, é a prática concreta de produção de conhecimento, integração de ensino e pesquisa desse tema da cidadania do cuidado, do que é universal e comum na integralidade das ações".
A professora do IMS/Uerj destacou a exposição do Professor Paulo Henrique Martins na abertura e o apoio ("maravilhoso", segundo ela) das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde de Recife nas figura de Gustavo Couto e Eronildo Felisberto, respectivamente, além da Secretaria de Ciência e Tecnologia, UERJ e CEPESC. "Fiquei muito feliz. É uma experiência que queremos dar continuidade".
Essa continuidade está em vias de ser realizada: a décima segunda edição do seminário será realizada entre os dias 15 e 19 de agosto de 2012, em Rio Branco (Acre). O tema será "Integralidade sem Fronteiras". "Queremos problematizar a questão das fronteiras, da educação médica", informa. "No Acre, teremos um pré-seminário, que vai discutir acesso, comunicação e formação na fronteira, com vários atores institucionais e de pesquisa. O evento vai centrar na discussão dos itinerários de Justiça, formativo e terapêutico na busca por cuidado". O cartaz do XII Seminário do Projeto Integralidade deve ir ao ar ainda em outubro, e a programação, em janeiro de 2012. O seminário contará com o apoio dos governos do Estado do Acre e da Prefeitura de Rio Branco.
Todas as fotos do XI Seminário: Bruno Stelet
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