A série Parcerias LAPPIS deste BoletIN conversou com as novas bolsistas do Laboratório em 2008. As estudantes Lucila Lima, Clarice Portugal, Alice Paiva, Leiliana Rodrigues (Psicologia) e Cristina Lobato (Direito) falaram sobre a experiência e a expectativa de estagiar no LAPPIS.
É sabido que, no cotidiano do LAPPIS, há também outros atores, além dos pesquisadores e professores, que participam ativamente dos debates sobre os rumos da integralidade e do trabalho em equipe na área da saúde: os estudantes bolsistas do LAPPIS. A série Parcerias LAPPIS deste BoletIN conversou com as novas bolsistas do Laboratório em 2008. As estudantes Nayara Gomes, Lucila Lima, Clarice Portugal, Alice Paiva, Leiliana Rodrigues (Psicologia), Cristina Lobato (Direito) e Natália Netto falaram sobre a experiência e as expectativas de estagiar no LAPPIS.
BoletIN – Como vocês chegaram até o LAPPIS?
Cristina Lobato– Conheci o LAPPIS inicialmente na divulgação do evento ocorrido no final de 2007 (VII Seminário Integralidade), sobre práticas de cuidado na saúde. Posteriormente, tive oportunidade de ter conhecimento sobre a seleção de bolsista no início do ano de 2008. Então, passei a acessar o site do LAPPIS e ler sobre os projetos desenvolvidos.
Clarice Portugal– Por meio do Portal IP, um instrumento de compartilhamento de mensagens entre os estudantes, professores e profissionais do Instituto de Psicologia da UFRJ, no qual foi feita a divulgação para um processo seletivo de estágio no LAPPIS.
Alice Paiva– Também através do Portal IP.
Leiliana Rodrigues– Foi na Semana Cientifica da EEAAC/UFF 2007, onde a Profª Roseni participou de uma mesa de discussão. Fiquei encantada com a apresentação dela naquele dia e procurei saber mais sobre seu trabalho. Depois participei do VII Seminário de Integralidade, como monitora, onde pude conhecer mais sobre a equipe.
Natália Netto – conheci o LAPPIS através da Professora Regina Lúcia Monteiro Henriques, durante as aulas de políticas de saúde da faculdade de enfermagem no 3º período.
BoletIN – Quais eram suas expectativas sobre o trabalho?
Nayara – Como nunca havia estudado sobre o tema Integralidade, nem pesquisado em Saúde, inicialmente fiquei receosa de não gostar do assunto. Minhas experiências em pesquisa haviam sido em História da Psicologia. Porém, assim que fui apresentada ao assunto, me apaixonei. A idéia de um SUS realizado segundo os seus princípios pode ser concretizada e o LAPPIS, com suas pesquisas, contribui para que isso aconteça.
Lucila– O que me estimulou a procurar o Laboratório foi o interesse que tenho na área de saúde de uma forma geral, bem como as conversas com Vanessa e Nayara. Eu e Vanessa compartilhamos esse interesse desde o início da faculdade, sempre trocando informações, e me parecia que o LAPPIS seguia uma linha (de reflexão) acerca da saúde que eu me aproximava, apesar do pouco embasamento teórico que tenho. Minhas expectativas eram (e são) de me aprofundar em temas como o cuidado e a integralidade em saúde, o SUS, o controle social e a gestão em saúde.
Cristina– Estudo Direito e tenho interesse pelas questões ambientais, por isso participei em 2007 de um grupo de pesquisa na UERJ sobre Biodireito, bem como já havia participado de eventos relacionandos à Saúde e Direito na Fiocruz. Dessa forma, a linha de pesquisa do LAPPIS que congrega a atuação do Ministério Público com os Conselhos de Saúde despertou meu interesse em atuar na área de pesquisa. Minha expectativa é contribuir com a produção de textos acadêmicos e nas atividades mais concretas, como por exemplo, em seminários, oficinas e palestras.
Clarice – Fiquei muito interessada em virtude da pesquisa ser em saúde mental, ambas as áreas que (pesquisa e saúde mental) que me interessam profissionalmente. Com relação às minhas expectativas, o LAPPIS me ofereceria a oportunidade de trabalhar com saúde mental por um viés diferente do que eu tinha anteriormente (meu estágio anterior no CAPS Torquato Neto).
Alice– Quando recebi a mensagem sobre a pesquisa, visitei o site do LAPPIS e percebi que os temas de exploração fundamentais do Laboratório me interessavam, além do fato do LAPPIS ser ligado ao IMS/ UERJ, o qual eu também já conhecia.
Leiliana– Fiquei um tempo como voluntária do projeto até sair a bolsa para a segunda fase do projeto de Saúde Mental, que estou participando hoje. A partir da minha vivência como monitora no seminário pude perceber a importância e o peso deste trabalho, assim como a admiração das pessoas pelo Laboratório no país, que me provocou a querer fazer parte da equipe. As principais expectativas eram se eu conseguiria atender as demandas do trabalho e descobrir minhas potencialidades para a pesquisa.
Natália – Fiquei sabendo na faculdade de enfermagem que haveria uma seleção de bolsistas para o LAPPIS e como me interessava pelos assuntos tratados pelo laboratório participei da seleção. Quanto às expectativas, eu sabia que seria algo desafiador visto que não havia participado de nenhuma pesquisa ainda e principalmente se tratando de um laboratório tão reconhecido na área da saúde. Mas sabia que seria uma experiência enorme.
BoletIN – Em qual área vocês pretendem atuar? Pesquisa, clínica?
Nayara– Ainda não decidi em que área pretendo atuar. Contudo, a experiência que o LAPPIS me proporciona me inclina para a pesquisa. Gosto da idéia de conhecer e com o conhecimento contribuir à melhoria de alguma coisa.
Lucila – Eu gostaria muito de atuar na área da Gestão em Saúde. Mas ainda estou conhecendo outras possibilidades, através do estágio em Saúde Mental, por exemplo. Posso estar errada, mas tenho impressão deque a área de pesquisa é mais dificil para se fixar quando somos recém-formados. Acredito que gostaria de trabalhar com pesquisa em paralelo a outras atividades. A área de clínica também me atrai, se for pensar em um trabalho sócio-insitucional, numa clínica para além das paredes de um consultório – como trabalhar em Saúde Mental ou em Unidades Básicas de Saúde, com a assistência.
Cristina– Pretendo atuar na área de pesquisa em função de acreditar que o Direito deve ser um instrumento de mudança social, rompendo com a visão estrita do jurídico como poder coercitivo ou de manutenção do status quo.
Clarice– Trabalhar em saúde, sem dúvidas, em quaisquer serviços territoriais (UBS, CAPS, PSF…). Quero ainda atuar em pesquisa e ter um consultório. Ou seja, onde eu puder trabalhar com psicologia e saúde, é um espaço exploratório que me interessa.
Alice– Gostaria de atuar na área de pesquisa, fazendo mestrado e doutorado, e trabalhar com clínica em psicologia, individual ou por meio de algum serviço público (CAPS).
Leiliana – Sempre gostei da clinica, do cuidado, da assistência, mas durante a faculdade, fui pouco a pouco me apaixonando pela licenciatura e pela pesquisa. Sempre gostei do conhecimento no sentido de aprender, do saber, logo, não colocava limites neste aprendizado. Neste momento é difícil responder ao certo, pois penso que é no cotidiano do nosso trabalho, de nossas praticas, que surgem as inquietações que nos leva a pensar e pesquisar sobre o mesmo. Dessa forma ainda estou dividida entre estes campos, mas tenho uma inclinação para licenciatura/ pesquisa.
Natália – Pretendo atuar na assistência (clínica), mas colocando em prática tudo que vi e ouvi neste laboratório, principalmente a integralidade nas minhas ações em saúde.
BoletIN – Como está sendo a experiência de trabalhar no LAPPIS?
Nayara – Está sendo muito aproveitadora. No LAPPIS tenho a oportunidade de aprender com os melhores, conviver com pessoas que sabem pensar, de senso crítico. Acredito ser uma experiência que vai me proporcionar não só desenvolvimento profissional como pessoal.
Lucila – Estou tentando aproveitar o máximo que posso, apesar de ter pouco tempo e de estar conciliando muitas atividades. Gostaria de poder ler mais, me aprofundar nas teorias, nas práticas de outras regiões (narradas em artigos), nas principais problemáticas atuais, mas novamente esbarro na questão do tempo.
Cristina– Trabalhar no LAPPIS é uma constante descoberta, por permitir o intercâmbio entre o conhecimento de diversas áreas, pois há bolsistas da psicologia, direito, enfermagem, etc. Em função dessa interdisciplinaridade, há variado embasamento teórico, permitindo desenvolvimento crítico e criativo das linhas de pesquisa, fundamental para atender a complexidade das demandas sociais atuais.
Clarice – Está sendo muito boa, pois aqui estou conseguindo ter uma experiência em pesquisa muito diversa do que tive antes. Tinha participado anteriormente de um grupo muito menor e, na pesquisa em si, havia pouco trabalho de campo. Minha atuação nessa pesquisa se resumia a levantamento bibliográfico, criação de bases de dados e elaboração de resumos e artigos. Aqui estou de fato em um laboratório e estou tendo a possibilidade de realizar idas a campo, o que era uma novidade para mim. Aqui, tenho a chance de ver mais de perto o funcionamento da pós-graduação e de ser parte atuante em uma pesquisa em saúde. Certamente, o LAPPIS já trouxe muitas contribuições para o meu crescimento profissional.
Alice– Muito produtiva, por me dar a chance de realizar pesquisas em campo, o que nunca me havia sido possível antes, como também pela oportunidade de conhecer melhor técnicas de entrevista e ainda os conceitos de desinstitucionalização e integralidade.
Leiliana – Extraordinária. Vejo como uma oportunidade de aprender muito. Fazer parte do LAPPIS é uma responsabilidade muito grande.
Natália – Enriquecedora, esta é a palavra ideal. As discussões estão sendo importantíssimas para a minha graduação assim como as pesquisas. Estou tendo a oportunidade de vivenciar todas as etapas de um pesquisa, não fazia idéia do trabalho que é fazer pesquisa, até a oportunidade de participar da organização de um seminário eu tive.
BoletIN – Na sua opinião, qual é o maior aprendizado deste trabalho?
Nayara – É o aprender a olhar as coisas de uma forma mais ampla, sem ser reducionista. A idéia de um laboratório multidisciplinar, ligado à saúde coletiva, permite que eu conviva com diversas áreas, e que eu aprenda de tudo um pouco.
Lucila– Acho que estou aqui há pouco tempo para analisar isso. Posso apenas apontar o que estou gostando até o momento, que é a produção coletiva e a pesquisa em diferentes realidades (em diversos campos), de uma forma a proporcionar uma visão ampla das práticas em saúde.
Cristina– É a oportunidade de estar em contato, durante a graduação, com pesquisadores. Eles desenvolvem os projetos que visam práticas concretas para a área de saúde, atuando como estímulo para o constante aperfeiçoamento interdisciplinar e construção de uma visão crítica. Ademais, como estudante de uma instituição pública, é essencial o retorno para sociedade do conhecimento absorvido, permitindo que haja uma troca entre a universidade, ainda inatingível para uma considerável parcela da população, e a sociedade.
Clarice– O maior aprendizado aqui é aquele que se constrói a cada dia: no captar o funcionamento do laboratório, no refletir para um diário de campo, ou até mesmo em uma cansativa transcrição de entrevista.
Alice– Meu maior aprendizado aqui é, sem dúvidas, o funcionamento de um laboratório de pesquisa.
Leiliana– São vários, cada dia aprendemos algo diferente. Seja durante a pesquisa de campo, no espaço de convivência, nas discussões. E o maior é saber passo a passo como se da uma pesquisa, seus entraves, seus avanços, saber lidar com as múltiplas dificuldades e com a diferença, trabalhar em equipe e ter responsabilidade.
Natália – É para vida, não fica restrito apenas para minha atuação, mas para a minha vida toda. Até respondi um pouco na pergunta anterior, está sendo muito importante na minha formação acadêmica, profissional e pessoal.
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