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Pesquisa sobre apoio institucional

pesquisa_capa.JPGForam três dias de muito debate em torno da pesquisa “Áreas programáticas estratégicas e direito à saúde: construção da integralidade no contexto do apoio institucional”, que tem o apoio da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) e do Ministério da Saúde. A Oficina, conduzida pelo Lappis, reuniu semana passada no Rio de Janeiro mais de 30 participantes de diversas regiões do país. Na pauta, a discussão do cadastro nacional de apoiadores institucionais e a convocatória para apresentação de experiências de apoio em instituições de saúde.
 
Durante todo o primeiro dia, um cadastro-teste, fruto de discussões realizadas em oficinas anteriores, foi aplicado junto a apoiadores institucionais participantes da Oficina. O exercício possibilitou um rico debate que vai se reverter em melhorias no documento. Trata-se de uma ferramenta para levantamento, monitoramento e avaliação das práticas profissionais desenvolvidas por apoiadores institucionais pesquisa_13.JPGde todo o país.
 
Para a terapeuta ocupacional Caroline de Oliveira, que participa da pesquisa como bolsista na área da saúde da mulher, a expectativa é dar visibilidade a algumas práticas que acontecem e que por vezes não são identificadas. “O tema do apoio fazia parte do meu cotidiano e da minha prática profissional, mas muitas vezes eu não parava para refletir sobre”, conta Caroline. “É importante a identificação dessas práticas para futuras reproduções também. Pessoalmente, esse projeto significa um amadurecimento, complemento e aprimoramento do fazer saúde”.
 
Opinião semelhante tem a enfermeira Gilvani Grangeiro, que trabalha na área técnica de saúde da criança e aleitamento materno do Ministério da Saúde. “Esta pesquisa nos faz sair do campo teórico para a prática e de forma mais assertiva. Trabalha-se a condição de saúde de uma população como uma condição de direitos, de favorecimento dessa população”, analisa Gilvani.
 
Para ela, quando se trabalha a questão do apoio, que é uma estratégia nova de fazer saúde no SUS, é preciso entender o verdadeiro significado dessa função. “Acho que ainda tem muito equívoco em relação a isso e essa pesquisa pode trazer muitos esclarecimentos”, diz. “Tenho certeza de que o conhecimento que vai ser produzido nessa pesquisa será de grande valia para qualificarmos nosso SUS e a politica universal de saúde que pretendemos ofertar”.
 
pesquisa_16.JPGOficina paralela
 
Paralela a IV Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa Multicêntrica, que reuniu apoiadores de todo o país, aconteceu também a III Oficina de Cooperação Técnica de Operacionalização do plano de trabalho do “Projeto de ações estratégicas para o fortalecimento das redes de atenção à saúde no SUS”. Esse encontro, na quarta-feira à tarde, reuniu gestores e, por sua vez, dedicou-se a um debate mais teórico acerca do conceito de apoio, sua relevância simbólica, seu papel estratégico para a implementação efetiva da integralidade ao sistema universal de saúde.
 
Para Vera Mendes, coordenadora da área técnica de saúde da pessoa com deficiência do Ministério da Saúde, e Luis Augusto de Paula Souza, consultor da RHS, pesquisador da área técnica de saúde da pessoa com deficiência do Ministério da Saúde e professor da PUC-SP, o projeto ajuda a construir conhecimento e isso é fundamental para  implementação de uma política pública.

pesquisa_2.JPG“Não se trata de um fazer selvagem”, diz Vera. “É preciso produzir, gerar consistência, registrar, colocar em análise e compartilhar isso com a sociedade, inclusive para fazer a formação dos novos quadros que sairão, por exemplo, das universidades, cada vez mais qualificados”, complementa.

Maria Esther, coordenadora da área técnica da Saúde da Mulher do DAPES (Ministério da Saúde), fala sobre a importância da Pesquisa no que diz respeito ao trabalho do Apoio junto à implementação da Rede Cegonha, programa implementado em março de 2011 pelo Governo Federal, que visa garantir atendimento humanizado no parto e nascimento através do SUS.

“Esse mapeamento dos feitos e efeitos do apoio na Rede Cegonha é fundamental para que possamos dar luz e colocar em evidência tecnologias, práticas de saúde que garantam ou fomentem a questao da integralidade, da humanização e da mudança de paradigmas mesmo em relação ao parto e nascimento”, disse, acrescentando que tem acontecido muita coisa nos territórios que viraram conhecimento público a ser difundido como possibilidade de práticas que realmente possam produzir sentido e cuidado às mulheres e crianças.

pesquisa_12.JPGMarden Soares Filho, coordenador da área técnica de Saúde do Sistema Prisional do Ministério da Saúde, diz que, com o levantamento cadastral dos apoiadores, vai ser possível conhecer experiências bastante peculiares e interessantes desses profissionais. “Com certeza, essa troca será de grande valia para pensar o que é a lógica do apoio, como isso vai se dar nos territórios e quais os dispositivos que vamos ter que criar, enquanto política, para poder dar conta de chegar a esse processo de construção de uma rede de atenção à saúde, onde a saúde prisional seja um dos componentes”, diz Marden.

Ele acrescenta que está apostando muito na elaboração do cadastro e da convocatória como estratégia. “Acho que a saúde prisional passou muito tempo no escuro, enquanto plano, por conta de não fazer parte desses processos de rede e porque as administrações penitenciárias dos estados assumiram grande parte da responsabilidade sanitária”, analisa. “Agora, mudando um pouco de foco, precisamos repensar esse lugar, essas pessoas, as articulações, tudo isso, e esse momento é propício para podermos ter um relato de como são essas experiências, para sabermos para onde se dirige e o que se faz com o apoio para essa política pública”.

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