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O que já foi dito sobre a pesquisa

ABERTURA.JPGAo longo dos últimos meses, o BoletIN publicou uma série de matérias sobre a pesquisa “Áreas programáticas e direito à saúde: construção da integralidade no contexto do apoio institucional”. Relembre aqui alguns depoimentos colhidos no processo de construção coletiva da pesquisa, durante os diversos encontros e quatro oficinas técnicas que aconteceram entre outubro de 2012 e janeiro deste ano. Em todos eles, o sentimento comum sobre a importância de pensar o apoio como uma maneira de ajudar a problematizar as formas tradicionais de se fazer gestão e atenção no Brasil.
 
“O movimento dessas Oficinas inova no sentido de trazer os próprios apoiadores pra falar em nome próprio. A gente já tem alguma produção sobre o apoio no Brasil, mas em geral são produções mais acadêmicas, no sentido de alguém que foi estudar o apoio ou, mesmo sendo uma pesquisa-intervenção, de alguém que vivenciou o apoio de um lugar a partir de sua vinculação também como pesquisador. Esse movimento aqui traz mais vivamente essa pluralidade de experiências e uma pluralidade de lugares onde se experimenta essa função apoio e eu acho que isso traz uma possibilidade de pensar o que tem sido o apoio no Brasil”. (Gustavo Nunes, coordenador da PNH, durante Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa, em outubro/2012)
 
“Com o levantamento cadastral dos apoiadores, vai ser possível conhecer experiências bastante peculiares e interessantes desses profissionais. Com certeza, essa troca será de grande valia para pensar o que é a lógica do apoio, como isso vai se dar nos territórios e quais os dispositivos que vamos ter que criar, enquanto política, para poder dar conta de chegar a esse processo de construção de uma rede de atenção à saúde, onde a saúde prisional seja um dos componentes. Aposto na elaboração do cadastro e da convocatória como estratégia”. (Marden Soares Filho, coordenador da área técnica de Saúde do Sistema Prisional do Ministério da Saúde, durante Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa, em janeiro / 2013)

“Esta pesquisa nos faz sair do campo teórico para a prática e de forma mais assertiva. Trabalha-se a condição de saúde de uma população como uma condição de direitos, de favorecimento dessa população. Quando se trabalha a questão do apoio, que é uma estratégia nova de fazer saúde no SUS, é preciso entender o verdadeiro significado dessa função. Acho que ainda tem muito equívoco em relação a isso e essa pesquisa pode trazer muitos esclarecimentos. Tenho certeza de que o conhecimento que vai ser produzido nessa pesquisa será de grande valia para qualificarmos nosso SUS e a politica universal de saúde que pretendemos ofertar”. (Gilvani Grangeiro, área técnica de saúde da criança e aleitamento materno do Ministério da Saúde, durante Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa, em janeiro / 2013)
 
“Tudo o que foi compartilhado durante as oficinas só reforça a sistematização dos estudos sobre a atuação do apoio no desenvolvimento de políticas públicas de saúde. A tríade que diz respeito a qualquer projeto de pesquisa é composta justamente por: visibilidade, responsabilidade e sentimento de pertença. Ao longo desse processo, nos foi dada a possibilidade de visualizar o apoio em vários municípios. Isso tem a ver com a defesa do SUS e com a defesa do usuário. E isso é um posicionamento epistemológico”. (Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis e coordenadora geral da pesquisa)
 
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“Acredito que a pesquisa ‘Áreas programáticas e direito à saúde: construção da integralidade no contexto do apoio institucional’ dará visibilidade a uma prática que tem sido realizada no SUS e que já é vivida nos servicos de saúde. As informações tanto do mapeamento da atuação dos apoiadores como da convocatória para relato de experiência de apoio possibilitarão  uma leitura do ‘agir do apoio’ tanto na sua extensão, no territorio nacional, como das especificidades  e dos desafios que ele tem que lidar na construção de um cuidado integral e digno aos usuários do SUS”. (Tatiana Coelho Lopes, Lappis-Hospital Sofia Feldman, coordenadora adjunta da pesquisa)
 
“As Oficinas foram um espaço de articulação e avaliação ética no sentido que a gente tem de construir estratégias e dispositivos de avaliação dos efeitos da prática do apoio na vida dos trabalhadores, dos usuários, da própria gestão dos trabalhos em saúde. Além disso, nos deram ainda subsídios para poder articular eixos analíticos em relação à própria pesquisa; e a oportunidade de discutir a relação entre o apoio e a integralidade, uma vez que são pouquíssimos os espaços onde essa discussão vem sendo feita, e pensar sobre a própria avaliação da prática do apoio na rede de serviços” (Fábio Hebert, Lappis-PSI-UFF, coordenador do eixo 'Convocatória' da pesquisa).
 
 “Essa pesquisa tem um caráter muito inovador e ousado porque possibilita tornar público aquilo que no Ministério da Saúde se produz enquanto movimentos de tensão. Muitas vezes, no processo de constituição das políticas, o que vem a público são as portarias, as normas técnicas, as diretrizes, o conjunto de orientação da política na sua forma finalizada. E nesse movimento aqui, é possível traçar o processo de construção de uma política e de quais são os desafios dessa política”. (Tadeu de Paula Sousa, PNH, coordenador do eixo 'Cartografia e Memória' da pesquisa)
 
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“Construir a função apoio nos serviços de saúde, nas unidades, nas organizações, nas secretarias, faz parte também de uma mudança cultural. Eu digo que se trata de fazer um resgate de uma militância por um SUS público, universal, que garanta acesso, que garanta qualidade e que, sobretudo, crie espaços de solidariedade entre as pessoas. Pra gente, que vem trabalhando e pensando o apoio desde 2008, é de um prazer imensurável chegar num espaço como esse das Oficinas e ter essa riqueza de experiências, essa diversidade de apostas coletivas”. (Aline Costa, Apoiadora da PNH-Salvador-BA, durante Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa, em outubro/2012)
 
“Participar da oficina já surte efeitos no sentido de provocar reflexões sobre nossa prática, nos faz pensar na questão do usuário e se, de fato, estamos construindo integralidades. O processo em si já é reflexivo e provoca mudanças, já me leva a querer fazer uma discussão dentro do município. Acho que o resultado da pesquisa será bastante interessante para pensarmos a potência dessa prática, o quanto esta ação do apoio pode contribuir para questão do SUS, seus avanços e a discussão da saúde como um direito”. (Carolina Moraes, apoiadora na Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, durante Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa, em janeiro / 2013)
 
 “A expectativa é dar visibilidade a algumas práticas que acontecem e que por vezes não são identificadas. O tema do apoio fazia parte do meu cotidiano e da minha prática profissional, mas muitas vezes eu não parava para refletir sobre. É importante a identificação dessas práticas para futuras reproduções também. Pessoalmente, esse projeto significa um amadurecimento, complemento e aprimoramento do fazer saúde. (Caroline de Oliveira, bolsista da Pesquisa, durante Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa, em janeiro / 2013)
 
“Esse encontro é uma oportunidade de encontrar pessoas que fazem apoio em diferentes lugares com outras experiências, outras histórias, mas que trazem para a discussão pontos comuns de quem faz apoio em qualquer lugar que seja, na modalidade que seja. Já passa da hora de fazermos essa discussão conjuntamente com quem faz apoio. Só assim a gente vai poder avançar e ver o que precisa ajustar e que propostas a gente tem para construir outras frentes de apoio ao SUS”. (Eida Maria Gonçalves, Vitória-ES, durante Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa, em outubro/2012)
 
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“A Oficina possibilita essa troca de experiências, a visualização dos contextos, os saberes e,  principalmente, as práticas que se dão em cada canto do país. Aqui, a gente tem uma diversidade de regiões representadas. Isso possibilita visualizar o que acontece e aí, pensando nas potências e  nos desafios, nos permite refletir e repensar a nossa própria prática. Então, é extremamente oportuno esse espaço e essa oportunidade que é dada pra gente”. (Eufrásia Cadorin, Rio Branco-AC, durante Oficina Técnica de Construção Coletiva da Pesquisa, em outubro/2012)
 
 “Para mim, está sendo muito instigante. Saio daqui bastante motivada, pensando muitas coisas a respeito da minha prática, a partir dessa diversidade de experiências e de constituições do SUS. Acho que, para o trabalho que a gente faz, isso é muito importante, porque faz a gente refletir sobre nossa prática, agregar experiências, pensar em coisas que a gente poderia estar fazendo e não está, refletindo sobre a potência do SUS e fortalecendo o apoio como um papel bastante estratégico na construção da rede de saúde”. (Carolina Sombini, Apoiadora, Campinas-SP)
 
“Esse é um fórum de alto nível que acontece fora da correria que a gente vive no dia-a-dia. Os problemas aqui compartilhados são mais ou menos os mesmos, muda só de destino. Mas acho muito interessante que a gente possa participar de algo coletivo assim. Fico feliz por sentir que ainda existem espaços abertos para discutir assuntos como esse. Tem que haver muito mais debates nesse sentido. Assim é possível acompanhar as mudanças e tentar melhorar cada vez mais o nosso Sistema Único de Saúde”. (Geraldo Marcos Sousa, Apoiador, Cariacica-ES)
 

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