Um trabalho coletivo. A Incubadora da Integralidade do Vale do São Francisco vem sendo pensada diretamente por uma equipe que envolve três técnicos/pesquisadores da Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro, três professores/pesquisadores da Univasf e oito residentes em Saúde da Família da Univasf, entre outros colaboradores, sob a orientação de Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis. Veja o que eles dizem sobre a importância de participar do projeto:
“As incubadoras são importantes instrumentos de fomento à integração, para além do ambiente acadêmico formal. Elas necessitam de articulações intra e intersetoriais para seu próprio funcionamento em qualquer parte do país. No Vale do São Francisco, particularmente, a incubadora vem fortalecer ainda mais um diálogo iniciado em outros momentos (como na construção da Rede Interestadual do Médio São Francisco), para entrelaçar Pernambuco e Bahia em um diálogo necessário e constante, na saúde e demais áreas. É imperativo continuar pensando Petrolina e Juazeiro como cidades-irmãs e co-responsáveis pelo desenvolvimento loco-regional, integradas à UNIVASF, que traz esse propósito desde sua Lei de implantação, já que se volta para o desenvolvimento de toda uma região polissêmica (diferentes realidades, estados, culturas, e saberes). Acrescento ainda que, da forma orgânica como esta incubadora do Vale foi pensada, acredito que ela frutifique rapidamente, pelo compromisso dos que estão envolvidos no processo”. (Cláudio Claudino, pesquisador do Lappis, professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco e coordenador do Núcleo de Prevenção à Violência da Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro)
“Posso resumir que esta parceria está sendo afetiva, entendendo afetiva em seu sentido profundo e etimológico que vem de “pathos” (afetação, acontecimento, experiência, emoção, atributo). A cada encontro, sentimos uma contínua afetação. E essa afetação nos leva a refletir sobre aspectos da ética do cuidado humano, das práticas de formação e atenção em saúde. Nosso grupo de pesquisa é muito recente, com apenas um ano de vida, nossa forma de trabalho é inovadora e desafiadora dentro das estruturas curriculares na formação e atuação em saúde, temos dialogado com membros de nosso grupo, bem como docentes e profissionais do serviço para que também se aproximem desse projeto de forma que possamos nos beneficiar ao máximo, pensando a universidade (docentes, técnicos e estudantes) e os serviços públicos de saúde (gestores, profissionais da assistência e usuários)”. (Alexandre Barreto, pesquisador do lappis e professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco)
“Por que o Vale do São Francisco agora? Acho que tem a ver com a minha própria história de vida. Mas isso não surge como algo para fortalecer o ego. Trata-se de uma relação afetiva, ética e política com uma região que me mobiliza, antes de tudo, pelas minhas raízes com o Sertão. A região do Vale do São Francisco tem questões culturais, políticas, institucionais, extremamente importantes que me mobilizam como coordenadora, pesquisadora, professora. E apesar da minha origem sertaneja, adentrei nesse território como estrangeira. O aprendizado de um estrangeiro, de um certo aculturamento pra pesquisa de integralidade, pra pesquisa de ensino e intervenção, tem sido aprendizado muito grande. Acho que a força do velho Chico tem afetado extraordinariamente todos os envolvidos com o Projeto”. (Roseni Pinheiro, coordenadora do lappis)
“As Incubadoras são espaços importantes de desenvolvimento e qualificação do projeto SUS como um todo onde quer que elas aconteçam. São oportunidades de parcerias que se formam entre pesquisadores experientes do Lappis/UERJ e pesquisadores gestores e profissionais dispostos ao aprendizado de explorar e desenvolver um novo olhar sobre seu cotidiano de trabalho. Iniciativas como essas vêm colaborar para o desenvolvimento do próprio papel da universidade para com a sociedade civil, assim como fortalecer experiências de trabalho no SUS que possam reverberar e contagiar outros locais neste desenvolvimento” (Luciana Florintino, supervisora do Núcleo de Humanização e Educação Permanente da Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro – BA).
“A experiência desta Incubadora vem realçar que a região é muito frutífera, também no aspecto social. A UNIVASF, por ser uma entidade nova, torna-se mais permeável também às novas políticas e também a pesquisas e projetos de extensão e ensinos. A Incubadora pode contribuir para aumentar a visibilidade do que se realiza na região e precisa ser divulgado e pesquisado a fim de fomentar outros trabalhos, bem como desenvolver e refletir os que já existem”. (Tiago Alves Calábria, estudante e residente em Saúde da Família da Universidade Federal do Vale do São Francisco)
“Participar e ver acontecer a experiência das Incubadoras de Integralidade, tão próximo de nós e da nossa gente, faz com que nos sintamos lisonjeados e felizes. E reforça em nós a necessidade de troca de experiências com as outras incubadoras, de re-orientação, de re-olhar e de re-construir a prática como profissional de saúde e como usuário do SUS também. Esperamos que o germinar deste quinto fruto gere muitas sementes de mudanças positivas, bem como crescimento (no seu sentido mais abrangente), e que se materialize em atitudes e produção de cuidado efetivas, junto aos usuários dos SUS, que diariamente nos demandam uma atenção de qualidade”. (Ana Patrícia Araújo, residente em Saúde da Família da Universidade Federal do Vale do São Francisco)
“No projeto, participo do Eixo Saúde Mental juntamente com outros três profissionais. Estamos na fase de mapeamento da rede e dos projetos de pesquisa e extensão que estão acontecendo no município. A experiência da Incubadora Lappis Vale está sendo importante na troca de experiências entre pesquisadores de diferentes estados, na formação dos profissionais de saúde envolvidos e na articulação da rede de saúde e universidade”. (Gabriela Evangelista, residente em Saúde da Família da Universidade Federal do Vale do São Francisco)
Seja o primeiro a comentar