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O agir gerencial nos serviços de saúde é tema de tese no IMS/UERJ

A partir de olhar sobre cotidiano, concepções de Hegel e Hannah Arendt norteiam análise sobre Estado, burocracia e gerência.

ana auler defesaAs práticas cotidianas dos serviços de saúde no âmbito do estado burocrático brasileiro foram o foco da abordagem fenomenológica desenvolvida na tese de doutorado de Ana Maria Auler Matheus Peres pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ).

A pesquisa Estado, Burocracia e Gerência: uma análise sobre o agir gerencial no cotidiano dos serviços de saúde foi defendida no dia 07 de agosto, sob orientação da professora Roseni Pinheiro. A banca examinadora foi composta pelos professores André Luis Mendonça e Felipe Asensi (IMS/UERJ), Francini Guizardi (Fiocruz Brasília) e Júlio Muller Neto (UFMT).

As categorias teóricas e analíticas centrais do estudo foram Estado, burocracia e gerência e as concepções norteadoras do trabalho se deram a partir de Hegel e Hannah Arendt. A pesquisa de campo foi realizada com gerentes de unidades de atenção básica de Piraí, no interior do Rio de Janeiro. Ao analisar as práticas dos serviços de saúde como espaço de produção de conhecimento, discutiu-se a natureza do trabalho de gerência, os conhecimentos necessários para o seu exercício, especificidades necessárias nas organizações de saúde.

Desde os tempos coloniais,  segundo Ana Auler, a burocracia pública brasileira esteve submetida mais à lógica privada do que à pública.  Diferente de uma concepção hegeliana que destacava o papel do Estado e de sua burocracia como organizador do bem comum, ou universal, como defendido na construção do SUS.

Entre as considerações finais, a autora ressalta: “Dada a fragilidade da máquina burocrática brasileira em geral, das dificuldades do processo de construção da gestão do SUS e do fato de nunca ter sido apontada a necessidade de uma estratégia clara de construção de sua burocracia nos moldes hegelianos, os gerentes dos serviços de saúde tendem a ser meros “dentes de engrenagem”, condenados a desenvolverem seu trabalho sem condições adequadas e de forma alienada.”

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