Roseni Pinheiro faz um balanço geral do ano 2008 para o LAPPIS “Foi um ano de muito trabalho, conquistas realizadas e aprendizado obtido. Finalizamos mais uma etapa”, disse a coordenadora, em entrevista exclusiva ao BoletIN.
O ano de 2008 foi marcado por grandes conquistas para todos aqueles que trabalham, estudam e atuam no Laboratório de Pesquisas sobre práticas de Integralidade.
Como exemplos de eventos bem sucedidos realizados pelo LAPPIS e instituições parceiras, o VIII Seminário Nacional sobre práticas de Integralidade feito na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que contou com a participação de pesquisadores das mais variadas instituições de todo o país, além do Simpósio de Atenção Básica e Integralidade. O LAPPIS ainda promoveu com o apoio do Campo de Intervenção da Clínica Dr. Eiras, do Museu Bispo do Rosário e do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (LAPS/ENSP/FIOCRUZ) a exposição Singularidades, que reuni obras de autoria de ex-pacientes internados na Clinica Eiras na UERJ. A exposição Singularidades lançada em novembro de 2008 está sendo exibida na sala de exposições da Rede Sirius, 3º andar da UERJ, no campus João Lira Filho, que continuará aberta ao publico até março de 2009.
Com todas essas atividades, as expectativas para o próximo ano são as melhores possíveis, como afirma a coordenadora do LAPPIS Roseni Pinheiro, que dentre outros assuntos, explica a trajetória traçada pelo laboratório durante o ano de 2008: “Foi um ano marcado por muitas lutas, conquistas e aprendizado. O VIII Seminário sobre Práticas de Integralidade e o Simpósio de Atenção Básica foram eventos, que trouxeram resultados de pesquisas realizadas sobre o cuidado como exercício da responsabilidade com a integralidade das ações e as práticas avaliativas. Em especial, a coordenadora destaca o Simpósio da Atenção Básica justamente por plasmar o espírito de integração das instituições participantes do grupo LAPPIS, pois reuniu esforços de seus pesquisadores em oferecer um conhecimento fundado na experiências dos trabalhadores, gestores usuários e estudantes na atenção básica, na medida em que busca retomar a importância da integração entre gestão, conhecimento e práticas dos trabalhadores e direito à saúde. A idéia de propor os itinerários terapêuticos e trajetórias assistenciais como práticas avaliativas amistosas à integralidade são perspectivas de fato centradas nos usuários, na medida em que oferecem elementos para compreensão sobre as outras redes sociais e de que modo interagem ou não com as redes de serviços, enfim sistemas de saúde. Identifico nessa pesquisa uma potência formativa semelhante àquela oferecida pela pesquisa do Ensina SUS, constituindo-se mais uma referência interessante nas nossas produções para os campos do ensino, pesquisa e extensão na saúde”.
Já a exposição Singularidades, também merece destaque neste ano nas atividades do LAPPIS por abordar o universo artístico de internos e ex-internos da clínica Dr. Eiras por intermédio deste olhar, otimizar a questão do cuidado com o usuário de saúde mental: “A idéia da exposição está acoplada ao desdobramento da segunda fase de um processo de pesquisa da desinstitucionalização em saúde mental, que visa problematizar as categorias de demanda e oferta, além do o próprio instrumento de avaliação”, conta a pesquisadora. A produção do documentário a ser finalizado esse mês tem sido uma grande contribuição da pesquisa. A coordenadora do LAPPIS ressalta a importância de profissionais como Cristina Vidal, Ricardo Aquino e Paulo Amarante, que com trabalho e competência e dedicação, ajudaram a viabilizar o evento, mas não esquece de enaltecer o apoio da Sub-Reitoria de Extensão e Cultura da UERJ na sua realização: “Sem dúvidas a exposição e o documentário, aliados à pesquisa, somente foram possíveis de serem realizados, com o apoio irrestrito da Profa. Regina Henriques e da equipe do CTE da SR3, a Rede Sirius e a FAPERJ. Tenho muito orgulho de ter minha trajetória acadêmica construída na UERJ, que vem oferecendo ao longo de sua história contribuições para uma sociedade mais justa tanto no estado do Rio de Janeiro como no país. Na Saúde, o Instituto de Medicina Social foi um dos principais protagonistas na criação do SUS, enfim fico muito contente de ser integrante do corpo docente e o celeiro do Grupo do LAPPIS”.
Outra atividade que merece ser lembrada é a participação do LAPPIS no 8º Congresso Regional de Ciência da Informação da Saúde, realizado na Fiocruz, no mês de setembro. Dentre outras atribuições, o evento abrangeu campos de informação, gestão do conhecimento e pesquisa em evidências, comunicação científica, biblioteconomia, ciência da informação, metodologias e tecnologias de informação e suas aplicações para o desenvolvimento da pesquisa. Além de abordar temas como educação e sistemas de atenção à saúde. Mais um agradecimento às parcerias, neste caso ao ICICT/FIOCRUZ: “A companheira de trabalho e amiga Ilma Noronha, diretora do -ICICT/FIOCRUZ, juntamente com Jussara Long – coordenadora da BVS de Saúde Publica e a Regina Tinoco Diretora da Rede Sirius da UERJ, foram fundamentais para lograr a BVS Integralidade, já certificada pela BIREME-PAHO-OMS-OPAS. A nossa participação no evento BVS5 no Congresso foi muito importante para trocarmos experiências.”
Um dos pontos altos de 2008 foi a comemoração dos 20 anos do SUS Constitucional. Os debates realizados em torno deste tema, que no VIII Seminário Integralidade enfatizou a responsabilidade coletiva, constituíram um caminho promissor de se reavaliar as medidas adotadas nas políticas publica junto ao SUS. Deste modo, foram realizadas inúmeras palestras e seminários voltados para o assunto em que se pode observar um avanço considerável no que diz respeito à constituição de políticas de saúde.
E por fim, a coordenadora fala da expressiva procura das produções do LAPPIS, que reconhece como positiva e deve-se ao mérito e a seriedade do trabalho do grupo, sobretudo o compromisso assumido pelas parcerias: “O mérito pelas bem sucedidas publicações e outras produções realizadas pelo nosso grupo de pesquisa se deve a dedicação e ao compromisso das parcerias vinculadas aos projetos aqui desenvolvidos. A participação de instituições parceiras em nossa produção é de extrema importância, destaco aqui particularmente o ISC/UFF, bem representada na figura do professor Aluisio Gomes da Silva Jr e a partir deste ano do NUCEM/UFPE na figura do Professor Paulo Henrique Martins, que movidos pelo espírito de compartilhamento nos possibilitou o revigoramento dos nossos debates. A solidariedade do conhecimento se afirma, não somente com discursos, mas ações, pois não nos cabe agir individualmente, pois sem o outro não nos singularizamos. Não dá para sermos anárquicos, descomprometidos e nem vaidosos. É uma escolha ético política de produzir pesquisa, conhecimento. A produção de conhecimento não pode ser o exercício do livre pensamento, individualizado, mas fruto de um agir pensado, coletivo, e por isso responsável. Só acredito que chegamos até aqui com muita simplicidade, o que não significa pouco trabalho. Afinal como nos ensina Clarice Lispector: Que ninguém se engane: só se consegue a simplicidade, através de muito trabalho. Feliz Natal e um ano de 2009 com muita simplicidade é claro! Novas e duradoura integralidade também” encerra.
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