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IX SINAPIH: Encontro sobre homeopatia reúne pesquisadores em maio

A professora Madel Therezinha Luz conversou com a Equipe de Comunicação do LAPPIS e explicou a importância e as perspectivas da pesquisa em homeopatia, pauta do IX Simpósio Nacional de Pesquisa em Homeopatia (SINAPIH). “A homeopatia vem se legitimando bastante no serviço público”.

Em sua nona edição, o Simpósio Nacional de Pesquisa em Homeopatia (SINAPIH) completa 21 anos de existência. O evento foi criado a partir do Encontro Nacional de Pesquisadores em Homeopatia, realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/ Fiocruz), no ano de 1987, e dedica-se a fomentar e divulgar a produção científica nesta área da saúde. Com periodicidade bienal, o SINAPIH será realizado pela terceira vez no Instituto de Medicina Social (IMS/UERJ) entre os dias 1º e 3 de maio deste ano.

O encontro tem também como missão contribuir para o intercâmbio entre pesquisadores e profissionais, no próprio campo do conhecimento e nas diferentes esferas interdisciplinares. “A pesquisa da homeopatia tem crescido muito”, afirma a professora Madel Therezinha Luz, participante desde a primeira edição, que conversou sobre o SINAPIH com o BoletIN. “Este é um campo pluridisciplinar. A homeopatia tem diversas disciplinas inclusas no seu estudo, como a veterinária, a farmácia, odontologia, agricultura, clínica médica, pesquisa social e até mesmo uma parte de formação em recursos humanos.Todas essas áreas são abrangidas pelo SINAPIH” diz, comentando que agricultura e a pesquisa em serviços, no entanto, ficam em segundo plano. “A nossa área fica muito centrada nessa questão da clínica e na parte social, seja a pesquisa sociológica, histórica, antropológica e a ligação com a política de serviços. Mas, de qualquer forma, estão todas em expansão nas últimas duas décadas”.
 
A professora Madel considera de suma importância a contribuição do SINAPIH para o desenvolvimento da Homeopatia. “É interessante assinalar que o evento é “descolado” dos Congressos Médicos Homeopáticos tradicionais, pois contribui para o campo como um todo. O congresso é profissional, reúne trabalhadores da área, apresentam estudos, fazem comunicações. O simpósio é uma reunião de comunicação de linhas de pesquisa que estão em andamento, possui uma abordagem diferente”.  Para Madel, o simpósio não tem as perspectivas corporativas que tem um congresso médico e, devido a isso, angariou respeito das comunidades de pesquisadores interessados em homeopatia. Como o evento se faz a partir do campo da saúde coletiva, houve um grande incentivo para pesquisa na área de serviços. “O estudo homeopático desenvolveu muito esse campo, mas não quer dizer que não tenha dado um impulso muito importante à pesquisa clínica”, diz. “Mas esse evento criou uma certa respeitabilidade da homeopatia para o campo da saúde, inegavelmente”, conta, reiterando que desde sua primeira edição, o simpósio obteve auxílio do Cnpq, FAPERJ, entre outros.
 
 A vice-presidente da ABRASCO também acredita que a homeopatia vem se legitimando cada vez mais no serviço público e que o campo é fundamental para as práticas da integralidade. “A homeopatia teve um amplo desenvolvimento napolítica nacional de integração de medicinas complementares e práticas alternativas, se estabilizando dentro dos serviços médicos. No contexto da questão da integralidade, a homeopatia é uma medicina do sujeito, e, como tal, está voltada para todas as dimensões dele. O indivíduo é visto na sua totalidade. Esse é o ponto fundamental da racionalidade homeopática. Não existe a homeopatia da doença”. Sob esse prisma, a homeopatia atenderia à integralidade com subsídios a mais do que a biomedicina. “Nesse campo, para se buscar a integralidade, tem de se procurar a intersetorialidade de serviços. No plano das políticas, a homeopatia tende a caminhar para o confronto com a biomedicina, mas ainda não há certezas. Mesmo que avance com as pesquisas e que obtenha sucesso com os tratamentos ou com a forma, o paradigma que é dominante é anti-homeopático, não acolhe a homeopatia como ciência. Essa briga tente a continuar”. Madel afirma que, para o acolhimento da homeopatia, uma superação do paradigma “biomecânico” seria necessária. “É preciso ampliar a visão do profissional”. 

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