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I Seminário de Saúde Urbana realiza debate integralidade, gestão e humanização

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A coordenadora do LAPPIS participou do I Seminário de Saúde Urbana no dia 25 de março, em Recife (PE). O evento, promovido pelo Instituto Materno-Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP), teve como os temas de debate as práticas de gestão e a humanização do cuidado em saúde. Paulo Henrique Martins, professor da UFPE e pesquisador do LAPPIS, também esteve presente no evento.
O I Seminário IMIP de Saúde Urbana, realizado no dia 25 de março de 2008, possibilitou um espaço para debater sobre a geografia das cidades, o espaço urbano, a relação entre a cultura de um povo e a ação pública, a dinâmica social e as práticas de gestão, o pensamento complexo, a multidisciplinaridade e a formação de gestores públicos com vistas ao planejamento do cuidado com a saúde do cidadão. O evento contou com a participação de dois representantes do LAPPIS: a coordenadora Roseni Pinheiro e o pesquisador e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Paulo Henrique Martins. 
 
A participação de Roseni Pinheiro apresentou um diálogo sobre as possibilidades e implicações da integralidade. Partindo de uma perspectiva construcionista, a professora propôs uma conciliação entre planejamento, ciências sociais e humanas e entre filosofia e política para repensar saúde e sociedade considerando a idéia do Estado ampliado de Grasmci.
 
altPara a coordenadora, a integralidade, como princípio constitucional, tenta superar a busca da dicotomia – Estado versus sociedade, saúde versus doença, individual versus coletivo, preventivo versus curativo, teria versus prática – que contribui para ênfase na externalidade. Nessa perspectiva, para repensar a integralidade a mesma propõe duas noções fundantes: Estado ampliado e a Inovação. Tomando a trajetória dos 20 anos do SUS, identifica dois movimentos que contribuem para a prática da integralidade: a “expansão com organização e qualificação da atenção básica” que implicou em uma mudança na organização institucional figurando como um movimento concreto de deslocamento da centralidade da atenção e cuidado hospitalar e o “fortalecimento da capacidade de gestão”. Este último abriga o maior desafio, que é a responsabilidade sanitária, gestão em redes, participação e controle social, interface saúde, educação e inovação no trabalho. 
 
Roseni citou como exemplos de movimentos com atitudes que buscam a integralidade a Saúde da Mulher e da Criança, a saúde mental e a Política de AIDS. “São movimentos reflexivos importantes de caráter dialético e processual, cujos conflitos de interesses, contextos, atores em suas práticas no cotidiano possibilitam a construção e o reconhecimento de arranjos institucionais no sentido de criações e inovações. Entendo que o enfoque para saúde urbana traz a necessidade de se pensar no “lugar” como ponto de partida para o planejamento da organização de serviços, o que possibilitaria a refletir e superar as dicotomias: individual e coletivo, preventivo e promoção da saúde”, diz.
Dentre as possíveis soluções que a professora propôs, estão as três dimensões de integração no plano individual e sistêmico: organização dos serviços de saúde – envolvendo a construção coletiva de ferramentas e tecnologias integradoras, repensar políticas e criar novas possibilidades; conhecimentos e práticas dos trabalhadores – processo de trabalho como construção social – horizontal; participação popular – gestão compartilhada em redes – ampliação e garantia dos espaços para as práticas avaliativas.
 
Paulo Henrique Martins, por sua vez, apresentou o tema “Cultura, Sociedade e Ação Pública: o cuidado com a saúde das pessoas”. Discursou sobre o conceito de humanização e a preocupação do cuidado com o outro, que deve ser genuíno. “O cuidado com o próximo não pode ser mera obrigação. Cuidar, nesse caso, deve ser realizado como se fosse para si mesmo”, disse. O professor da UFPE alertou também para o conceito de humanização. “Podemos, desde já, perguntar sobre o que não é da ordem do humano que precisa ser humanizado. Pois se estamos falando do desafio de humanizar isto significa que existem áreas que ainda não foram humanizadas, que não são humanas ou suficientemente humanas. Seria por acaso os ambientes de trabalho ou as enfermarias dos hospitais que não são suficientemente humanos? Ou as tecnologias adotadas no campo da saúde que não sendo as de última geração não seriam humanas?”, questionou. 
 
O também coordenador do Núcleo de Cidadania (NUCEM) afirma que a sua apresentação propôs uma outra reflexão sobre o seu uso nas ciências sociais em saúde que resgate a humanização como fator de mobilização política e ética, “leitura que serviu claramente para que o movimento sanitarista assegurasse sua luta em favor da medicina social e pública”.

Parceria IMIP – LAPPIS
Coordenadora considera parceira com IMIP fundamental para a integralidade
 
Parceiro de pesquisas e seminários realizados pelo LAPPIS, o Instituto Materno-Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP) é um centro colaborador na avaliação da atenção básica de alta importância no cenário brasileiro. O IMIP vem avançando na discussão da atenção saúde materno-infantil, no aleitamento materno e no desenvolvimento de novas tecnologias de atenção e cuidado. “Esse instituto é um parceiro importante para o LAPPIS, com iniciativas na produção, difusão e disseminação do conhecimento. Além disso, atua também como representante no conselho consultivo da BVS Integralidade, que coordenamos junto a BIREME (Centro Especializado da OPAS). Parceria é construção, responsabilidade e reciprocidade de instituições. Para a integralidade é fundamental”, afirma Roseni Pinheiro. 
 

 

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