A solenidade de encerramento do VI CBCSHS aconteceu na Capela Ecumênica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no dia 17 de novembro. Em cinco dias de evento, cerca de 1060 participantes estiveram presentes nas mesas redondas, nas palestras, nos grupos de trabalho e nos grandes debates.
O início da cerimônia foi marcado pelas homenagens póstumas de Cecília Donnangelo (1940–1983), Juan César Garcia (1932-1984) e Ricardo Bruno Mendes Gonçalves (1947-1996). Em seguida, Roseni Pinheiro agraciou Hésio Cordeiro, Maria Cecília Minayo, Madel Luz, Maria Andrea Loyola e Ana Maria Canesqui pelo trabalho desenvolvido, com a Abrasco, no campo da saúde coletiva.
Após as homenagens, a antiga coordenadora da Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco, Leny Trad, agradeceu a contribuição de todos com o VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, se despediu da função na Comissão e apresentou os seus sucessores. Tatiana Gerhardt (UFRGS) será a nova coordenadora e terá como suplentes Luís Eduardo Batista (SES/SP), Reni Aparecida Barsaglini (UFMT) e Maria Helena Mendonça (Fiocruz).
Em seguida, foi a vez do presidente da Comissão Organizadora Nacional do VI CBCSHS, Kenneth Camargo, discursar. Em referência aos homenageados, disse que deve ser uma honra ser agraciado, mas homenagear ícones dá mais prazer ainda. Kenneth também informou dados do Congresso, 2416 pessoas submeteram trabalhos para apresentação no VI Congresso, sendo que desses 516 foram recusados, 468 foram avaliados como aptos para apresentação e 303 para publicação. “Embora sejam números pequenos, alcançamos diversos lugares que não haviam ainda submetido trabalhos nos Congressos. Devido a algumas dificuldades, a gente não consegue cumprir todo plano diretor, mas a gente consegue fazer que ele funcione”.
Roseni Pinheiro, líder do Lappis e vice-presidente da Comissão Organizadora Nacional do VI CBCSHS, agradeceu ao reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves de Castro, por ter disponibilizado o espaço para a realização do evento. Ela falou também da importância da Comissão Organizadora Local ter ajudado no desenvolvimento do Congresso. “Diante de todo esforço, de trabalhar arduamente, de desenvolver o Projeto Perfil e o Projeto Memória, foi possível preservar a memória da atividade.”
Ainda em seu discurso, Luís Eugênio falou sobre apoio para a realização de eventos, autonomia e independência. “Existem muitos gastos para a realização de pesquisas e de atividades. É tudo muito elevado. Mas nós estamos buscando formas de sustentar esse trabalho com as nossas próprias pernas, para garantir nossa autonomia política. Nós temos conseguido realizar nossos Congressos sem apoio do setor privado. Muitas empresas procuraram a gente para patrocinar nossos eventos. Nós agradecemos, mas negamos todas. Estamos sempre em busca da nossa independência.”
Conheça Abaixo os homenageados do VI CBCSHS:
Hésio de Albuquerque Cordeiro
Maria Cecilia de Souza Minayo (Representada por Maria Helena Mendonça)
Graduada em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1978), graduação em Ciências Sociais – University of New York, mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Desde 1997 é editora científica da revista Ciência & Saúde Coletiva da Associação Brasileira de Saúde Coletiva e pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Saúde Pública, com ênfase em Saúde Coletiva, atuando como professora, pesquisadora e orientadora principalmente nos seguintes temas: metodologia de pesquisa social, metodologia da pesquisa social em saúde pública, violência e saúde, causas externas, violência, saúde coletiva e saúde e sociedade.
Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Sociologia – Universite Catholique de Louvain e doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professora titular aposentada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professora colaboradora da UFRGS e professora colaboradora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UFF. Tem experiência na área de Sociologia da Saúde, com ênfase em Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: racionalidades médicas, práticas integrativas e complementares em saúde, corpo e saúde, políticas e instituições de saúde, trabalho, produção científica e saúde, biociências e cultura. É líder do Grupo CNPq Racionalidades em Saúde: sistemas médicos complexos e práticas complementares e integrativas.
Everardo Duarte Nunes (Representado por Maria Helena Mendonça)
Graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, mestrado em Sociologia da Medicina pela University of London e doutorado em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é Professor Colaborador do Departamento de Medicina Preventiva e Social/FCM/Unicamp; Presidente do Grupo de Estudos História das Ciências da Saúde/FCM/Unicamp. Pesquisador IA do CNPq, ex-coordenador do CA-SCN/Cnpq, autor de Sobre a Sociologia da Saúde. Durante o ano de 2013, além de atividades junto à pós-graduação em Saúde Coletiva, coordenou o Curso de Extensão História das Ciências da Saúde: temas e debates, de e o Seminário Educação Médica: história e perspectiva, no marco dos 50 anos de criação da Faculdade de Ciências Médicas/Unicamp.
Maria Andrea Loyola
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Sociologia pela Université de Paris X e pós-doutorado na EHESS. Foi diretora do Instituto de Medicina Social da UERJ, Presidente da CAPES, sub-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é professora titular do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (emérita), membro do corpo docente permanente do PPG Bioética Ética Aplicada e Saúde Coletiva (UERJ/UFRJ/UFF/Ficoruz), e pesquisadora associada do Centre de Recherches Medecines, Sciences, Santé, Societes, CERMES.
Ana Maria Canesqui
Possui graduação em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas e livre-docência pela mesma universidade. Lecionou na Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica de Campinas e fez carreira como docente e pesquisadora em tempo integral, como professora da disciplina de Ciências Sociais aplicadas à Medicina do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp onde se aposentou. Lecionou como professora visitante, bolsista do CNPq na Universidade Federal de Mato Grosso, atuando no curso de pós-graduação de Saúde e Ambiente e na Universidade Federal de São Paulo. Atualmente é professora adjunta colaboradora-voluntária do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Continua atuando no ensino, pesquisa e publicações na área de Saúde Coletiva.
Homenagens Póstumas:
Cecília Donnangelo (1940–1983)
Maria Cecília Ferro Donnangelo, que atuou no Departamento de Medicina Preventiva/FM/USP, foi pioneira na construção teórica de um pensamento social em saúde. Publicou o clássico “Medicina e Sociedade”, em 1975.
Juan César Garcia (1932-1984)
Foi um dos precursores no campo dos estudos sociais da saúde na América Latina. Ingressou na OPAS em Washington. Publicou “Autoritarismo en la relación médico-paciente (1961)”; “Sociología y Medicina: bases sociológicas de la relación médico-paciente (1963)”; e “Comportamiento de las elites médicas em una situación de subdesarrollo (1964)”.
Ricardo Bruno Mendes Gonçalves (1947-1996)
Foi professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP e formulou o conceito de processo de trabalho em saúde. Publicou “Tecnologia e organização das práticas de saúde: Características tecnológicas do processo de trabalho na rede estadual de Centros de Saúde de São Paulo”, em 1994.
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