Conheça Grupos Temáticos organizados por alguns dos membros do Lappis.
Sob o tema “Pensamento Crítico, Emancipação e Alteridade: Agir em Saúde na (Ad)diversidade” a 7ª edição do Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco acontecerá em Cuiabá, Mato Grosso, na região do Pantanal do Brasil, de 09 a 12 de outubro de 2016, e reunirá pesquisadores, docentes, profissionais, estudantes de pós-graduação e graduação nas áreas de ciências humanas e sociais voltadas para a saúde e participantes de movimentos sociais.
A programação científica vai expressar as preocupações de pesquisadores do campo das Ciências Sociais e Humanas em Saúde com a atual situação, extremamente complexa e desafiadora de “sermos sociedade”, e decorre da reflexão sobre a pluralidade de experiências sociais nos seus mais diferentes níveis e sobre os respectivos contrastes e tensões que carregam no contexto contemporâneo e que se expressam na vida de pessoas e coletividades.
Dentre as atividades do congresso, haverá a apresentação de trabalhos em Grupos Temáticos (GT). Ao todo, o evento conta com 38 GT sob as mais diversas temáticas.
Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis e professora adjunta do IMS/UERJ, estará coordenando dois destes grupos: um tematizando o direito humano à saúde e outro buscando possibilitar a expressão das diversas linguagens de produção do conhecimento. A submissão de trabalhos para estes grupos pode ser realizadas até às 21 horas de 09/06 (quinta-feira) no site do congresso.
Confira as ementas destes Grupos Temáticos:
GT 4 – Direito humano à saúde
O GT visa analisar criticamente um conjunto de sentidos e conteúdos atribuídos ao direito à saúde como um direito humano, buscando identificar nexos constituintes do processo de efetivação deste direito pelas diversas instituições jurídicas, políticas e sociais. Considerando a relevância desta temática para a área da política, planejamento e administração em saúde, estima-se examinar os conflitos, pactos e negociações que subjazem à garantia do direito humano à saúde, no sentido de refletir sobre seus elementos constituintes, instrumentos institucionais de efetivação, argumentos de ampliação, etc. Os objetivos são os seguintes: a) discutir os desafios institucionais e culturais de efetivação do direito à saúde; b) analisar o direito à saúde de maneira interdisciplinar e comparativa, com foco no reconhecimento de direitos; c) estudar os limites e desafios das instituições jurídicas em saúde; d) conhecer e analisar as diferentes perspectivas da saúde pública e privada e estabelecer convergências e divergências no que concerne ao direito humano à saúde. O GT tem como justificativa a necessidade de serem desenvolvidos novos aportes e referenciais teóricos e empíricos para a reflexão, análise e pesquisa do direito à saúde como um direito humano no Brasil, com foco na interação entre as instituições estatais e a sociedade civil. A relação com o tema geral do Congresso é direta, tendo em vista a abertura que o GT possui em relação à diversidade e à alteridade como elementos indissociáveis do reconhecimento de demandas em saúde. O pensamento crítico passa a ser o elemento-motor de desnaturalização de certas práticas e modelos de saúde vigentes em prol da reconstrução do direito à saúde orientado pela integralidade e pelas práticas democráticas.
Coordenadores: Felipe Asensi (IMS/UERJ); Roseni Pinheiro (IMS/UERJ); Juliana Lofego (UFAC)
GT Ampliando Linguagens
A Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde ao se sentir convocada a pensar novas formas de produção do conhecimento que evoquem o reconhecimento ético-moral dos direitos emancipatórios pautado pela alteridade dos sujeitos, inova, assim, sua programação ao buscar olhares sensíveis que captam a essência dos espaços de vida e que contribuem para uma escrita densa e sensível sobre os modos de “ser sociedade”, onde a abertura para a relação com o outro e para a compreensão do seu ponto de vista, imersa na alteridade, seja capaz de implicar em constante reflexividade ética e de produzir diferentes linguagens sobre os inúmeros contornos da vida.
Nossas reflexões sobre as repercussões da produção do conhecimento na sociedade partem do compromisso de que não se faz ciência apenas com nossos pares na Academia, mas também, e principalmente, com a sociedade sem a qual a ciência perderia seu sentido e essência. Assim, precisamos criar movimentos entre as formas de conhecermos e compreendermos o mundo em que vivemos e o lugar que nele ocupamos estabelecendo pontes de ligação entre as diferentes formas de produção do conhecimento e de sua capacidade de comunicação. Reconhece-se assim a necessidade do campo da Saúde Coletiva de considerar e se apropriar da multiplicidade dos gêneros discursivos nas suas práticas de pesquisa, de produzir outros movimentos possibilitando igualmente uma melhor devolução à sociedade daquilo que a ciência produz, assim como potencializar a comunicação e visibilidade, no campo científico, das experiências dos indivíduos no que diz respeito a sua saúde.
Essa tentativa se configura no desenvolvimento de um espaço, no formato de Grupo de Trabalho (GT) transversal às atividades clássicas de um congresso, espaço denominado Ampliando Linguagens. Esse GT é destinado à apresentação de múltiplas práticas e reflexões teóricas em Saúde Coletiva que se formulem e se expressem em linguagens mais artísticas e menos convencionais no campo científico e acadêmico, que expressem reflexões sobre as fronteiras do conhecimento. Trata-se de um movimento de dialogicidade, cuja natureza transdisciplinar, permite acolher expressões clássicas e contemporâneas que singularizam e põem em relação corpo, natureza e símbolos, visibilizando fronteiras entre as experiências simbólicas e as experiências racionais voltadas para o cuidado de si e do outro.
Parte-se do pressuposto de que essas linguagens expressas por intermédio de imagens, da musica, da literatura, do desenho, do teatro, dentre outras, permitem alargar a capacidade comunicativa e atingir as pessoas através do envolvimento de múltiplos sentidos na apreensão e na leitura do mundo e do Outro, propondo experiências de desestabilização de visões pré-concebidas, desafiando produções normativas estanques e propondo análises críticas com eficácia poética. Entendemos que a linguagem artística convoca o sujeito a um vir-a-ser.
Nesse sentido, temas como desigualdades, injustiças, racismos, formas de controle, dominação e outros; mas também avanços democráticos, boas práticas de saúde, construções do bem comum e formas de resistência e esperança serão os eixos de configurações possíveis de outras palavras em ato. Delinear caminhos ou atalhos possíveis na direção de transformações de um pensar agindo reflexivamente sobre vida, ciência e cultura. Outras palavras para traduzir o mundo em desalinho, as perplexidades, o chacoalhar das utopias.
MODALIDADES: Artes visuais (fotografia, cinema e vídeo); Artes Cênicas e Literatura (teatro, sarau); Artes plásticas; Expressão vocal, instrumental e corpo/dança; Outras
Coordenadores: Mônica Nunes (UFBA); Roseni Pinheiro (UERJ); Tatiana Engel Gerhardt (UFRGS)
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