O BoletIN LAPPIS vai conversar com os convidados do VIII Seminário Nacional do Projeto Integralidade para saber sobre suas apresentações e discussões. Nesta edição vamos conversar com a Profa. Madel, que fará a conferência de abertura.
Em entrevista ao BoletIN LAPPIS, a professora e pesquisadora Madel Therezinha Luz falou da importância do VIII Seminário Nacional do Projeto Integralidade e do tema de abertura “Cuidar: desafios ético-pedagógicos na saúde”.
Madel Therezinha Luzé professora titular da Uerj, foi pesquisadora do CNPq por 12 anos e é vice-presidente da ABRASCO, tem cinco livros e três coletâneas publicados, ampla experiência nas áreas de pesquisa e ensino. É coordenadora do Grupo de Pesquisa CNPq Racionalidades Médicas do Instituto de Medicina Social (IMS/Uerj) há 18 anos, completados em 2008 com o lançamento do site do projetoRacionalidades Médicas. Temas: Sociologia da Saúde, Ciências Sociais em Saúde, cadastrados no Diretório de Pesquisa do CNPq. Nesta entrevista ela fala das possibilidades com relação ao Seminário e o tema de abertura.
Em primeiro lugar o próprio LAPPIS é uma inovação em termos de produção de conhecimento, de formação de recursos humanos e de inserção nas políticas de saúde, assim abriram-se campos nas áreas de ensino, pesquisa e de atuação profissional, o que é muito inovador. Os seminários que são em plano nacional do grupo LAPPIS, também são inovadores por que não se limitam a ser uma simples apresentação de resultados de pesquisas ou discussões acadêmicas e sim um mérito de terem uma interface das práticas dos profissionais de saúde, a atuação de gestores desta área e as investigações dos pesquisadores dentro dos termos que são colocados. Tudo isso possibilita que o evento tenha uma capacidade de promover um diálogo interinstitucional, característica dos seminários coordenados pela professora e pesquisadora Roseni Pinheiro, que geram publicações muito consistentes no campo do cuidado, da política de saúde, da gestão e também do ensino. As mesas organizadas nos eventos dão origem a contatos interdisciplinares muito saudáveis e raramente em eventos onde se trabalha com resultados de pesquisas, projetos e de intervenções de diferentes atores, há uma possibilidade de diálogo no plano da ação e do pensamento. Esta é a grande importância deste seminário. Este oitavo seminário que trabalha a questão da responsabilidade com a integralidade das ações, no vigésimo ano de criação do Sistema Único de Saúde – SUS, ainda é muito questionada no sentido de não ser implantada verdadeiramente nos serviços, fato que se comprova por meio de estudos institucionais sobre o desencontro entre as ações hospitalares e a atenção primaria em saúde. Esta discussão no vigésimo ano de SUS é interessante – afirma Madel.
Com relação à questão ético-pedagógico, conferência de abertura do seminário, é de grande relevância na formação de recursos humanos na saúde como também em outras áreas profissionais. Na saúde o ponto mais importante é que são pessoas que irão cuidar do outro, por isso, “é preciso cuidar do cuidador” para que ele saiba tratar de alguém sem que produza um sofrimento pra ele e para os outros. Ensinar um futuro profissional da área de saúde a cuidar é ensinar a pessoa a ver o próximo com a si mesmo, de certa forma se pôr no lugar desta pessoa – conclui.De acordo com a Profª Madel Luz, um profissional de saúde precisa ter uma boa formação pedagógica. Ele não pode tratar o paciente como um objeto de intervenção ainda que haja dificuldade de perceber o “cuidar” que é diferente do tratar em relação à saúde. O “cuidar” é perceber o outro como uma dimensão de integralidade. As questões que serão levantadas na abertura do Seminário referem-se à formação do futuro profissional de saúde desde a graduação passando pela pós-graduação, quando se torna um pesquisador ou um técnico experimentado, e também serão abordados os valores que favorecem ou não na formação ética.
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