XII Integralidade sem fronteiras

Fátima Ticianel: Para rever o modelo de atenção dominante

Fatima_Ticianel.jpgNa contagem regressiva para o XII Seminário da Integralidade, que acontece entre os dias 14 e 17 de agosto, em Rio Branco, no Acre, os participantes começam a detalhar suas falas. No total, vão acontecer sete mesas-redondas, além de ágoras, palestras e conferências, que giram em torno do grande eixo do Seminário deste ano, intitulado “Integralidade sem fronteiras: itinerários formativos, de justiça e de gestão na busca por cuidado”. O BoletIN desta semana conversou com a pesquisadora Fátima Ticianel (ISC/UFMT), que fala sobre alteridade, novas práticas e possibilidades de ensino-aprendizagem que tomam o cuidado como vetor. Confira a entrevista:
 
 
BoletIN – O tema do XII Seminário de Integralidade gira em torno da Integralidade sem fronteiras: itinerários formativos, de justiça e de gestão na busca por cuidado. Como você vê a importância desse debate para as práticas de saúde coletiva e a elaboração de políticas públicas de saúde?
Fátima Ticianel – A trajetória de produção do Lappis em temas da integralidade e do cuidado em saúde é para nós motivo de orgulho e alegria, pois promove e articula um conjunto de atores e instituições públicas em diferentes realidades do país, ampliando o campo de pesquisas e ações. Ousou fazer diferente. Um caminho que estimula o pensar e o agir sobre as práticas de formação em saúde coletiva e da gestão pública na busca por cuidado, abordando temas desafiadores como a responsabilidade e a confiança, a solidariedade, a ética, a comunicação, as práticas avaliativas de integralidade sob a ótica dos gestores, trabalhadores e usuários. Esse encontro com os parceiros do Acre é muito promissor para as políticas públicas no âmbito local e nacional.
 
BoletIN – Durante o Seminário, você vai estar presente na mesa de debates: “Avaliação na produção do cuidado em saúde: efeitos epistemológicos,políticos e normativos na racionalidade biomédica em saúde”. Quais os principais desafios dessa temática e como o cuidado vem sendo exercitado no nosso Sistema Único de Saúde?
Fátima Ticianel – Esse tema nos desafia a ir ao encontro de “si” e do outro, refletir, pensar as práticas e as novas alternativas e possibilidades de ensino-aprendizagemsobre a produção do cuidado em saúde. Rever os conceitos, os padrões que dão sustentação aos modelos de atenção dominante, e que geram desigualdades do acesso, autoritarismo na relação profissional – profissional e profissional – usuário e a desumanização. O SUS é um sistema de possibilidades e conquistas, mas precisa mudar o foco da gestão das questões administrativas, normativas, financeiras e corporativas para as reais necessidades dos usuários, integrando definitivamente os trabalhadores, profissionais de saúde e a sociedade no processo de gestão.
 
BoletIN – Nesse sentido, como a discussão que vai acontecer durante o XII Seminário pode contribuir?helio_melo10.jpg
Fátima Ticianel – De várias maneiras: promovendo o resgate da história e da missão da saúde pública nos municípios e no estado do Acre, a partir da experiência dos atores e das instituições; com a troca de experiência entre academia, serviços e sociedade, um campo de possibilidades para o encontro dos saberes e das práticas em saúde e na produção do cuidado; pelo debate político e técnico sobre os rumos do SUS no país, abordando os problemas atuais do financiamento, da gestão e do cuidado; e ainda contribuindo com o fortalecimento da gestão pública e da atenção primária numa perspectiva da ética, do compromisso e da responsabilidade com os usuários; além de provocar um aprofundamento das dimensões avaliativas da integralidade e do cuidado em saúde: “cuidado como valor ético, trabalho em equipe, humanização e educação permanente”.
 
BoletIN – Para concluir, qual sua expectativa para o Seminário deste ano e como avalia esse encontro de profissionais, pesquisadores, gestores e estudantes em saúde que vem acontecendo ao longo dos últimos 11 anos?
Fátima Ticianel – Reafirmo a importância desse encontro na caminhada das pessoas e das instituições, numa perspectiva de desenvolvimento da saúde coletiva, da gestão do SUS e fortalecimento do controle social. Tenho participado de vários encontros produzidos pelo Lappis e tenho certeza que este também será de muita qualidade e de importantes trocas de conhecimentos e aprendizagens. Aprender com a experiência e com a própria prática. Parabéns a equipe organizadora.
 
No site do lápis e BoletIN, você acompanha, semanalmente, notícias, entrevistas e novidades sobre o XII Seminário da integralidade.
 
Serviço:
 
XII Seminário do projeto Integralidade
Data: 14 a 17 de agosto de 2012
Local: Auditório do Hospital das Clínicas do Acre – Rod BR 364 Km 2 – Rio Branco (AC)
 

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