A mostra itinerante Permaneçamos Lutando! 1988 – Imagens de um desagravo, uma homenagem da Casa de Oswaldo Cruz/COC/FIOCRUZ ao médico Hésio Cordeiro, está no VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde.
Os participantes do evento que passarem pelo hall do 7º Andar, da Uerj, poderão aprender sobre a trajetória de um dos principais artífices da criação do Sistema Único de Saúde/SUS, figura decisiva para a reforma sanitária brasileira e para a construção do campo social da saúde coletiva.
A exposição faz parte da programação das comemorações dos 25 anos do SUS, promovida pela FIOCRUZ. De acordo com o curador da Exposição Hésio Cordeiro e pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, Carlos Henrique Assunção Paiva, a mostra conta com nove painéis fotográficos, guiados pelo texto de Paulo Buss, escrito em 1988, por ocasião de concessão a Hésio Cordeiro do título de professor Honoris Causa da ENSP/FIOCRUZ.
“Ela é um pequeno esforço de memória, a respeito desse ator. Dessa figura, que é um senhor, que tem uma trajetória longa de vida e rica. São painéis fotográficos que mostra Hésio quando criança, sua entrada para a faculdade de medicina, suas inclinações políticas, sua vinda para Uerj, seu trabalho no Instituto de Medicina Social, IMS, e no Instituto Nacional de Atendimento Médico da Previdência Social, INAMPS. O texto é alegre, mas faz menção a uma perspectiva de desagravo. De como os colegas de Hésio se manifestaram preocupados com o afastamento dele do INAMPS”.
O curador da exposição explica que o nome da exposição é referente ao momento que Hésio entrou no INAMPS, época em que o médico enfrentou desafios para a reforma sanitária brasileira.
“Permanecemos lutando porque a luta do Hésio continua de pé. Hésio enfrentou muitas barreiras. Bem ou mal, o SUS foi adiante. E nesses 25 anos de atuação, vemos ele constantemente ameaçado. Assim, a exposição tem essa jogada de olhar para o passado, mas também olhar para o presente e para o futuro. E o mote para esse olhar, de passado, presente e futuro, é a figura do Hésio”.
Para Carlos Henrique Assunção Paiva, expor a trajetória do Hésio Cordeiro no VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde é muito interessante.
“É mais do que simbólico essa exposição estar no VI Congresso. Primeiro, por ser um Congresso da Abrasco, que é nosso guarda-chuva da saúde coletiva. Hésio é uma figura importante nesse campo de conhecimento, fruto de uma espécie de interseção das ciências biomédica com as ciências sociais. E como se não bastasse isso, o evento é na Uerj. Estar no Instituto de Medicina Social, que é o primeiro instituto de medicina social das Américas. Tem um conjunto de marcos simbólico que dão mais sentido a essa exposição. Ela é itinerante, feita para circular. Então, não há melhor lugar do que ela estar no Congresso da Abrasco, na Uerj”.
Permanecemos Lutando! é mais que uma homenagem ao Hésio. É uma exposição que faz refletir no futuro que queremos para a saúde pública brasileira.
“Será que a gente está de fato vigilante? Será que está de fato na nossa pauta política? Acho que é esse tipo de desconforto que seria interessante que essa exposição produzisse. Claro que o primeiro plano é a homenagem. Mas ao julgar pelo seu título, ela tem essa outra face. A luta continua. O sistema se estabeleceu, mas muitos são seus desafios, muitas são suas ameaças. A exposição nos faz querer saber o que a gente quer para o futuro”, finaliza Carlos Henrique Assunção Paiva, curador da Exposição Hésio Cordeiro e pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz.
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