Seminário de Avaliação realizado em Piraí (RJ) contou com metodologia do LAPPIS em estudos de casos sobre câncer de mama, gravidez na adolescência e alcoolismo. Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde local, o evento trouxe à luz as necessidades de saúde da população, pré-resultados das ações e políticas de saúde.
Realizado entre os dias 29 e 30 de abril em Piraí (RJ), o Seminário de Avaliação Pré-Amostras de Experiências Exitosas contou com metodologia avaliativa do LAPPIS em estudos de casos sobre câncer de mama, gravidez na adolescência e alcoolismo. A coordenadora do LAPPIS Roseni Pinheiro e os pesquisadores Aluísio Gomes Jr, Suely Batista e Valéria Marinho estiveram presentes, representando o Laboratório e mediando a exposição.
O evento está no calendário da Secretaria Municipal de Saúde local há nove anos, embora com foco maior nos indicadores (números). “Mais do que um seminário de avaliação no sentido ‘convencional’ – com relatórios, indicadores, metas, etc – realizamos um evento de mobilização das equipes para a introdução de ferramentas de reflexão centradas no usuário e profissionais de saúde”, diz a coordenadora da Rede de Atenção Básica de Piraí, Albanéa Baylão Trevisan.
Para Secretária municipal de Saúde de Piraí, Maria da Conceição de Souza Rocha, o diferencial do seminário é fazer a avaliação dos casos. “Os números complementam a informação, mas não há nada como conhecer os problemas e o quanto eles são influenciados por determinantes sociais, como violência doméstica e pobreza, por exemplo”.
Celeiro de inovações
O processo de avaliação atual foi estruturado a partir de casos mais complicados e, em algumas situações, com desfechos “mal sucedidos”, para que a partir deste estudo fosse possível avaliar e planejar de forma participativa, os avanços necessários, com objetivo de vencer desafios. Além de profissionais da área de Saúde, representantes do Controle Social e serviços de referência, como o CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), participaram da discussão e apresentação de resultados.
Durante os dois dias, o seminário teve uma ênfase importante na sensibilização e participação das equipes para a construção de uma rede mais humanizada e resolutiva no cuidado à saúde. “A integralidade da atenção foi um dos valores norteadores para nossas práticas avaliativas, mais sofisticadas e mais sintonizadas com a percepção e as necessidades dos usuários”, complementa Albanéa.
A coordenadora da Rede de Atenção Básica local acredita que o evento conseguiu refletir sobre a prática dos serviços de saúde e “o quanto que sua organização está mais próxima dos princípios do SUS e das necessidades de saúde da população de Piraí”.
Os próximos passos da Secretaria Municipal de Saúde de Piraí serão o foco na educação permanente do profissional e promover um novo evento ligado ao tema, agora com o apoio de ações intersetoriais. “É preciso compartilhar esses resultados com outras áreas além da saúde, como as secretarias de Ação Social, Desenvolvimento Econômico, Esporte e Lazer, Meio Ambiente, entre outras”, conclui a Secretária municipal Maria da Conceição.
Para a coordenadora do LAPPIS, Roseni Pinheiro, Piraí é um celeiro de inovações, uma incubadora de integralidade no que diz respeito à gestão da rede de serviços de saúde. “Realizamos uma atividade primorosa e auspiciosa. O grupo de Piraí recebeu nossa homenagem no Seminário da Atenção Básica, o que consideramos um SUS que tem a integralidade como seu eixo integrador”, afirma.
Trabalhando com pesquisa em Piraí há cerca de cinco anos, a coordenadora do LAPPIS faz coro com as autoridades do município sobre a ampliação das ações junto a outros setores e políticas publicas locais. “O SUS de Pirai tem uma trajetória institucional digna de nota para a reforma sanitária brasileira. É apenas o começo de muitas inovações e parcerias”.
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