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Epidemia da Dengue no Rio de Janeiro: “Uma dolorosa lição de (des) integralidade!!!

     Por Roseni Pinheiro
 

“Acredito que finalmente observamos na mídia um importante debate crítico sobre as políticas públicas de saúde no Rio de Janeiro, e fico contente com este fato. Nos últimos anos, por conta de inúmeros convites para participar de conferências e debates sobre integralidade, sempre fui questionada: ‘o que é essa tal de integralidade?’ ou ‘afinal, o que são práticas de integralidade no ensino, pesquisa e serviços?’. Respondia, com muita indignação: ‘essa tal de integralidade é o efetivo exercício da responsabilidade sanitária. Na prática, significa fazer o inverso do que se faz no município do Rio de Janeiro’”.

altA propósito, se um gestor quiser praticar a (des) integralidade, que se apóie no exemplo da epidemia da dengue. A desintegração entre as esferas de gestão da saúde dos governos federal, estadual e municipal é impressionante. A gestão municipal parece ignorar todos os avisos, comunicados e acordos feitos. O SUS se faz por uma gestão responsável e solidária. Temos um quadro grave de descaso no Rio e pior que não acontece apenas no campo da saúde; o descaso pode vir de outras áreas também. Vejamos: o turismo no Rio de Janeiro é supostamente valorizado, mas não se articula com a saúde, saneamento e educação. Pensa-se em esportes, mas não o articula com educação e saúde. Pensa-se em educação, mas não se articula com saúde, saneamento, transportes, esporte e ação social. A resiliência da população carioca é impressionante, afinal, já vimos esse filme antes em 2005 com a crise da saúde do Rio. Às vezes, me pergunto se saímos dela alguma vez.

 
Em suma: Insisto que para efetivar a integralidade das ações de saúde significa pensar praticandouma gestão democrática não a favor de interesses particulares, eleitoreiros, mas por razões públicas em defesa da afirmação da vida de todos os cidadãos, e não apenas de alguns. Como no Rio de Janeiro, há muito tempo não vivemos a integralidade das ações, fica difícil de reconhecê-la, pelo menos até a próxima epidemia. 

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