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Diretora no Hospital Giselda Trigueiro (Natal – RN) fala ao Lappis sobre o início do processo de cogestão

Milena Martins - diretora Giselda TrigueiroMilena Martins, diretora geral do Hospital Giselda Trigueiro, referência no Estado do Rio Grande do Norte em doenças Infecciosas, Informação Toxicológica e Imunobiológicos Especiais, recebeu a equipe do LAPPIS durante visita feita para as devolutivas da pesquisa sobre experiências de apoio institucional, em Agosto. Milena concedeu um grande espaço em sua agenda para mostrar as instalações do hospital, falar sobre projetos e conversar com pesquisadores, além da equipe audiovisual, que registrou boa parte do encontro em vídeo. O hospital passou a ser administrado segundo o modelo de Gestão Participativa. Ou seja, a gestão ocorre de forma compartilhada entre os diretores geral, médico, administrativo, junto com os funcionários das unidades operativas de todo o hospital. Isso estimula a participação dos trabalhadores no planejamento das ações, permitindo que se tornem corresponsáveis pela gestão da unidade, conforme as diretrizes da Política Nacional de Humanização, empoderando-se das decisões no processo de trabalho. Confira abaixo o bate papo com Milena:

Como você iniciou o trabalho de cogestão? Fale sobre isso.

Logo que eu assumi a direção do Hospital, em 2007, eu tive a felicidade de no mês seguinte receber um convite da Sheyla, consultora do Ministério da Saúde, para que um grupo de diretores fizesse uma visita à Minas Gerais, nos hospitais Odilon Behrens e Sofia Feldman, que são modelos em gestão participativa, cogestão, política nacional de humanização. E foi muito rico naquele momento.  A partir daquele modelo que a gente viu lá, e a partir da realidade que a gente vivenciava aqui no hospital, sentimos a necessidade de uma mudança, de sair daquele modo tradicional de se fazer gestão.

Quais foram as mudanças?

– As pessoas ficavam nos seus espaços, era uma romaria constante à direção. Usuários e trabalhadores fazendo queixas, sempre naquela visão de que ali era só para resolver os problemas. Assim, dentro (partindo) da Política Nacional de Humanização a gente começou a pensar na possibilidade de implantar a cogestão. Era uma coisa nova para mim, mas, naquele momento, com o apoio da Sheyla, começamos a fazer rodas, divulgar conceitos da PNH, de cogestão, que as pessoas não conheciam.

Como foi a inserção do Apoio nesse processo?

– Através da Sheyla, como Ministério da Saúde, no núcleo articulador de humanização, que existe dentro da secretaria de saúde pública, nós começamos a conversar e dizer “Olha, eu preciso de ajuda, eu preciso de apoio. Eu quero fazer isso e tal, mas preciso de apoio, preciso de alguém que chegue junto e que mostre como faz”. Nós tivemos a oportunidade de trazer para o hospital uma psicóloga, a Tereza Freire, como a primeira apoiadora institucional e isso foi extremamente importante. Num primeiro momento, as pessoas estranharam, afinal uma psicóloga estava envolvida não na assistência e sim na gestão. As pessoas diziam “o que essa mulher está fazendo aqui? Só conversa…”. Mas ela começou a fazer parte das rodas e aquilo começou a evoluir.

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