Cuidado como forma de enfrentar problemas e empoderamento foram os focos centrais da mesa redonda Direito à Saúde: Resistência, Reconhecimento e Cuidado na Busca da Integralidade, promovida no dia 16 de novembro, no Teatro Odylo Costa Filho/Uerj.
Bethânia Assy (Uerj), José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres (USP) e Paulo Henrique Martins (UFPE) foram os expositores do debate.
A pesquisadora Bethânia Assy discursou sobre a fenomenologia da injustiça, focando no empoderamento do sujeito, do direito como ordem política e da fidelidade à justiça. “O sujeito que tem o direito negado, a promessa descumprida, deixa de acreditar na lei. O que torna a lei potente é o seu processo de crença. Se essa promessa é quebrada, a potência da lei é transferida para a potência do usuário. Isso gera o empoderamento. O sujeito passa a resistir a essa política”.
Em seguida, o professor Paulo Henrique Martins falou sobre descolonialidade na saúde, dom e direito à vida. “A descolonialidade é o método de desconização do universalismo eurocêntrico com vistas a liberação a partir de diversos contextos da diversidade epistemológica, do pluralismo identitário e da trasmodernidade. Ela se situa dentro da ideologia do progresso, da ideia do crescimento econômico. Vejo a desconolialidade do direto como articulação entre saber, poder e ser a partir da dádiva do estar ou do cuidar”.
Já o professor José Ricardo Ayres abordou o direito à saúde e integralidade. “Existe uma crise de relação. Há uma desgaste muito grande para os profissionais da saúde e dos usuários. Por um lado, o usuário não é bem atendido e, por outro, o profissional se sente impotente. Outro desafio no campo da saúde é uma necessidade de criar referências teóricas capazes de dialogar com as questões da saúde. Pois a teoria como prática estabelece processos de resistência aos obstáculos”.
A mesa redonda foi moderada pela líder do Lappis, Roseni Pinheiro. Ao término das apresentações, ela pediu para o público pensar o direito à saúde como direito humano.
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