Dar espaço à luta pelo reconhecimento do direito à saúde e entender a saúde como política de vida, com base nos preceitos da humanização e da gestão democrática. Esta é uma síntese dos debates do dia 15 de agosto, no XIII Seminário Nacional do Projeto Integralidade.
Dar espaço à luta pelo reconhecimento do direito humano à saúde e visibilidade às demandas e entender a saúde como política de vida, com base nos preceitos da humanização e da gestão democrática. Esta é uma síntese dos debates acontecidos nesta quinta-feira, 15 de agosto, terceiro dia de atividades do XIII Seminário Nacional do Projeto Integralidade, realizado em Cuiabá (MT), de 13 a 16 de agosto, em uma parceria entre o Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Lappis/IMS/Uerj) e do Núcleo de Desenvolvimento em Saúde do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (NDS/ISC/UFMT).
Uma apresentação do Coral da UFMT marcou o início das atividades. Em seguida, a mesa de abertura reuniu: Kamil Fares, secretário municipal de saúde de Cuiabá; Marcia de Campos, representante da ANEPS, em Mato Grosso; Darlan Guimarães, secretário de saúde de Poconé (MT) e representante do COSEMS; Marta Gislene Pignatti, diretora do Instituto de Saúde Coletiva/UFMT; Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis/IMS/Uerj; Julio Müller, pesquisador do NDS/ISC/UFMT; Elias Rassi, ex-secretário municipal de saúde de Goiânia; entre outras autoridades. Ainda na ocasião foi realizada uma homenagem a Julio Müller, pelo atuação no campo da saúde.
Durante todo o terceiro dia, teve sede, na Escola de Saúde Pública do estado de Mato Grosso, a VIII Reunião da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) da Integralidade em Saúde e, na tenda Paulo Freire, seguiram as atividades da Educação Popular em Saúde, com um trabalho de fortalecimento dos movimentos e as práticas populares do cuidado em saúde.
(In)visibilidade – A mesa-redonda da parte da manhã, com mediação de Roseni Pinheiro (Lappis), teve como tema (In)visibilidade Social e a Luta por Reconhecimento do Direito de Ser e Ter: A Produção do Comum. Dario Pache, diretor do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde (DAPES/MS), lembrou em sua fala que as populações socialmente invisíveis vêm sendo tratadas como se fossem descartáveis. Com isso, estas “escapam” das redes, de forma que a invisibilidade é ainda mais aguda quando essas pessoas sequer são levadas ao plano discursivo, muito menos à prática.
Outro ponto levantado durante essa mesa diz respeito à judicialização como um caminho para o reconhecimento do direito à saúde. Para Felipe Dutra Asensi, pesquisador do Lappis e professor da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo que é possível ampliar o acesso à justiça e fortalecer a efetividade deste direito, as ações costumam ser individuais e ter um determinado perfil socioeconômico mais favorecido.
Os pesquisadores Paulo Henrique Martins, mestre e doutor em Sociologia (UFPE), e Pablo di Leo, doutor em Ciências Sociais (Universidad de Buenos Aires), apresentaram conclusões e experiências acerca de públicos socialmente vulneráveis na América Latina. Citando Roseni Pinheiro, di Leo apontou que o diálogo é o caminho para abrir possibilidades de construção do cuidado como valor, para orientar uma ação integral, compreendendo a saúde como direito de ser. Já Martins ressaltou que a saúde precisa ser entendida com uma política de vida, para a construção da solidariedade.
Para mais informações, leia a matéria Cerimônia de abertura do Seminário Integralidade, por Raiana Lira (ObservaRH/UFMT)
Humanização – À tarde, com mediação de Julio Müller (UFMT), o debate discutiu o tema Gestão Democrática e a Humanização do Cuidado, reunindo na mesa-redonda Gustavo de Oliveira Nunes, mestre e doutor em Saúde Coletiva (PNH/SAS/MS), Elizabeth Artmann, mestre em Saúde Pública e doutora em Saúde Coletiva (ENSP/Fiocruz), Aluisio Gomes da Silva Jr., doutor em Saúde Pública (ISC/UFF), e Selma Lock (Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis). Os dilemas para a efetivação da Integralidade na saúde e uma análise sobre os modelos de gestão que estão postos atualmente deu o tom do debate.
Para mais informações, leia Democratizar e humanizar, por Thiago Mattos e Wellinton Nascimento (ObservaRH/UFMT).
Leia tamém a matéria Mostra de banners exibe mosaico sobre a saúde pública em Mato Grosso, por Wellinton Nascimento (ObservaRH/UFMT).
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