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Direito à comunicação, inclusão e redes sociais nos debates do XVI Seminário Integralidade em Saúde

Juliana lofego abrascao2015Em entrevista, a professora Juliana Lofego (Lappis / UFAC) diz como pretende abordar o assunto no evento marcado para final de junho.

A reflexão sobre direito à comunicação e redes sociais estará presente em ao menos dois momentos do XVI Seminário do Projeto Integralidade em Saúde: uma mesa redonda e um minicurso. Ambos contarão com a contribuição da pesquisadora do Lappis e professora do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Acre, Juliana Lofego. Em entrevista ao Portal, ela fala sobre como pretende abordar o tema em Belo Horizonte, nos dias 28 e 29 de junho.

Os minicursos são atividades do pré-seminário e serão oferecidos na manhã do dia 28/06. A mesa redonda Direito a comunicação, inclusão e redes sociais: diálogos interdisciplinares e novos sujeitos na efetivação do acesso ao cuidado, acontece no dia 29/06, às 10h10, sob a coordenação da professora Janine Cardoso (LAPPIS/ICICT/FIOCRUZ). Entre os expositores, Marina Maria (ICICT/FIOCRUZ – Pense SUS), Camila Luz (Hospital Sofia Feldman), Felipe Cavalcante (Comunidade de Práticas – DEGES/SGTES/MS) e Juliana Lofego (UFAC).

 

Como está a programação do minicurso Direito à comunicação e redes sociais?

O minicurso ainda está em fase de planejamento mas a proposta inicial é trazer os conceitos de direito à comunicação e redes sociais, essas tanto presenciais, baseadas nas relações entre sujeitos em variados contextos sociais, como digitais, mediadas pelas tecnologias. Também vão ser apresentadas diferentes experiências existentes em que o direito à comunicação se apresenta no campo da saúde, como na relação entre profissionais e usuários do SUS, nas ouvidorias, nos meios de comunicação institucional, na comunicação pública do conhecimento de grupos de pesquisa, na participação em políticas públicas  e outros mais.

 

Mesa violencia institucional abrascao2015Na mesa redonda, a proposta é seguir abordagens próximas ao que será oferecido minicurso?

Na mesa redonda eu pretendo abordar algumas reflexões levantadas na tese1 sobre a garantia do direito à comunicação como uma manifestação do direito humano à saúde. Uma questão está nas práticas tradicionais da comunicação – impressos, folder, cartaz, campanhas em rádio e TV e mesmo alguns usos na internet – que reforçam uma transmissão vertical de conhecimentos técnicos e científicos para a população, que nem sempre encontra espaços institucionais de diálogo para colocar suas dúvidas e questionamentos de forma livre. Algumas vezes esses espaços estão nas salas de espera, nas trocas de conhecimento com pessoas em situações semelhantes, outras vezes a partir do vínculo com profissionais da saúde, mas dificilmente demandas coletivas nesse âmbito chegam aos formuladores das políticas públicas e gestores, que influenciam diretamente processos de inclusão social. É importante se pensar em estratégias capazes de amplificar as vozes daqueles que não possuem meios de se fazerem ouvir – embora mesmo na participação garantida pelo controle social haja questionamentos como “a gente é ouvido, mas nem sempre considerado”. No entanto, os usuários do SUS, para lidar com dificuldades de serem compreendidos nas suas necessidades, encontram saídas que envolvem a garantia do direito à comunicação, com vistas à garantia do direito à saúde, como se observa em denúncias a ouvidorias da saúde, mas também a jornais e redes sociais da internet.

1apresentada em 2015 ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde– ICICT/Fiocruz, sob a orientação da coordenadora do Lappis, Roseni Pinheiro.

 

Você considera que a internet tem sido um espaço que amplia o direito à comunicação?

As mídias digitais tem uma potência para ampliar o direito à comunicação, especialmente no que diz respeito à participação direta e comunicação dialógica, mas ainda considero que tem sido pouco exploradas institucionalmente na saúde, principalmente no nível municipal. Várias usuárias recorrem à internet para conhecer algo ou tirar dúvida sobre informações recebidas nos serviços de saúde, mas a busca por direitos pelo meio digital não está fortalecida. Precisamos avançar muito ainda na universalização do acesso e nos usos educativos e políticos das tecnologias. 

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