Tudo definido para a XII edição do Seminário do Projeto Integralidade, que este ano acontece em Rio Branco, no Acre, na segunda quinzena de agosto. Com o tema “Integralidade sem fronteiras: itinerários formativos, de justiça e de gestão na busca por cuidado”, o evento vai reunir estudantes, pesquisadores, gestores, trabalhadores, usuários, docentes e associações públicas das cinco regiões do Brasil e de países vizinhos. Em breve, o BoletIN estará divulgando o link para inscrições. Confira a programação, conheça os participantes e fique por dentro das novidades desta edição itinerante.
De 13 a 17 de agosto, o auditório do Hospital das Clínicas do Acre vai sediar o Seminário do Projeto Integralidade. Para Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis e idealizadora do evento, o momento será oportuno para trabalhar com o tema das fronteiras, entendendo fronteiras com toda a riqueza a que o substantivo remete: fronteiras de saberes e de práticas culturais, além das fronteiras geográficas.
“Serão muitas atividades dedicadas ao tema das fronteiras, em todos os sentidos”, diz Roseni, enfatizando que estarão em pauta questões relacionadas à formação médica, à acessibilidade, ao cuidado, à educação médica nas fronteiras, ao trabalho em equipe nessas regiões, ao direito à comunicação, entre outros assuntos. “Acho que assim a gente cumpre a tarefa civil de possibilitar o intercâmbio. Essa troca de informações com temas que são transversais vai permitir ao grupo estabelecer um diálogo riquíssimo” (ver entrevista na íntegra com Roseni Pinheiro aqui)
Rodrigo Pinheiro, pesquisador do Lappis e professor da UFAC, concorda e acrescenta que a discussão é fundamental para um Estado com as especificidades culturais, políticas e sociais como o Acre. “Estamos em um Estado que preza pela preservação da Floresta em meio a perspectivas desenvolvimentistas para a Amazônia e que está localizado em um extremo do país, fazendo fronteira com países que enfrentam problemáticas como a utilização dos serviços de saúde por estrangeiros ou a ida de brasileiros para cursar medicina em seus territórios, como é o caso da Bolívia”, diz. “Por tudo isso, acho importante refletir sobre essas questões”
A PROGRAMAÇÃO
A programação deste ano está dividida em dois momentos complementares (ver programação completa aqui). O primeiro deles antecede o seminário e terá início já no dia 13, com o Encontro Regional Norte de Humanização e Apoio Institucional, sob a coordenação do professor Gustavo Nunes. No dia 14, o Pré-Seminário prossegue com a realização da Ágora “Áreas programáticas estratégicas em saúde e Integralidade do cuidado: as fronteiras das políticas específicas na efetivação do direito humano à saúde”, seguida por mesas-redondas e debates ligados à temática do Seminário. Durante as atividades do pré-seminário, acontece ainda uma palestra com o governador do Acre, Tião Viana, sobre o tema: “Os desafios na garantia dos princípios do SUS na fronteira: universidade, integralidade e equidade”.
Já a conferência de abertura do seminário propriamente dito está programada para o dia 15 e terá como título: “Fronteiras do cuidado na América Latina: a dádiva como travessia nas mediações sociais com a integralidade do direito humano ao cuidado”, ministrada pelo professor Paulo Henrique Martins. Durante dois dias, o Seminário vai discutir, no formato de mesas-redondas e debates, os seguintes temas: “Cuidado, Direito e Multiculturalidade: os itinerários da justiça na busca por cuidado”; “Humanização e Educação Permanente no SUS: itinerários formativos do agir ético-político no cuidado na saúde”; “As fronteiras do trabalho em equipe nas fronteiras: entre o geral e o específico na gestão do cuidado na saúde”; e “Avaliação na produção do cuidado em saúde: efeitos epistemológicos, políticos e normativos na racionalidade biomédica em saúde”.
Para Rodrigo Pinheiro (foto), o Seminário vai aprofundar a reflexão que o Lappis desenvolve, trazendo o contexto e a problemática da Amazônia para o centro das discussões. Durante o pré-seminário, o pesquisador vai coordenar uma mesa-redonda sobre educação médica nas fronteiras e fixação de profissionais na região amazônica, onde abordará a abertura de cursos de medicina na Amazônia, as particularidades dos currículos nesta região, a importância do internato rural junto às populações ribeirinhas, a dificuldade em fixar profissionais, a atuação de médicos estrangeiros sem diploma validado e a evasão de pessoas para cursar faculdade no interior.
ACRE + LAPPIS
A Universidade Federal do Acre constitui a rede multicêntrica do Lappis, com quem mantém parceria desde 2004, iniciada pela convocatória da pesquisa EnsinaSUS. A partir daí, vem participando de pesquisas, projetos e coletâneas lançadas pelo Lappis. Em 2011, firmou-se um convênio entre a Prefeitura Municipal de Rio Branco e o Lappis para o desenvolvimento de projetos no local, a exemplo da pesquisa sobre áreas programáticas e do Curso de Desenvolvimento Gerencial do SUS (CDG-SUS). “Para esse estado, é de suma importância o debate sobre a atenção à saúde levando em consideração o contexto local, pois apesar de grandes avanços na gestão pública na última década, a atenção à saúde permanece sendo um desafio em locais com grandes distâncias e com a diversidade cultural como é a Amazônia Legal, e em particular o Acre”, finaliza Rodrigo.
Serviço:
XII Seminário do Projeto Integralidade
Data:14 a 17 de agosto de 2012
Horário:das 9h às 18h
Local: Auditório do Hospital das Clínicas do Acre – Rod BR 364 km 2 – Rio Branco – AC
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