Olhares atentos, curiosos, questionadores. Durante três semanas, de 5 a 22 de janeiro, 14 estudantes selecionados da Harvard School of Public Health e 16 pós-graduandos de distintas entidades brasileiras participarão da 7a edição do Collaborative Public Health Field Course, uma parceria entre o IMS/UERJ e a Harvard School of Public Health, em colaboração com a Faculdade de Medicina da USP e a Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Na ocasião, ambos os lados estarão vivenciando questões muitas vezes conhecidos apenas à distância. “Apesar de todos os alunos estrangeiros serem da Harvard, eles provêm de países muito distintos. Paquistão, Índia, Taiwan, Inglaterra, Estados Unidos. Chegam aqui com uma boa bagagem aprendida na sala de aula e se maravilham ao irem a campo conosco e verem como trabalhamos com as questões de Saúde Pública no Brasil”, conta Marcia C. Castro, Professora Associada de Demografia, do Departamento de Saúde Global e População, da Harvard School of Public Health.
Nesta edição sediada no IMS/UERJ, cinco grandes temas foram escolhidos para analisarem criticamente fatores ambientais e socioeconômicos associados à alta prevalência e distribuição geográfica de cinco questões de saúde pública no Brasil. Sendo eles Violência Doméstica, Tuberculose, HIV/Aids, Dengue e Leishmaniose.
“Essa experiência de intercâmbio intelectual e cultural proporcionada pelo curso é especialmente rica ao ampliar nossa concepção sobre a situação da saúde pública do Brasil e sobre a qualidade do nosso Sistema Único de Saúde. Nós, como somos estudantes e profissionais de saúde brasileiros, ao realizarmos as visitas de campo compartilhando o ponto de vista dos participantes estrangeiros, ganhamos uma nova visão para criarmos perspectivas mais eficazes do serviço de saúde no Brasil”, conta Deborah Alencar de Oliveira, participante do curso e mestre em neurociências pela Universidade de Brasília (UnB).
Todas as atividades são realizadas em inglês. Na primeira semana, o período da manhã foi reservado para aulas teóricas com especialistas das entidades parceiras do evento e o período da tarde para conhecerem in loco a FIOCRUZ Biomanguinhos, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, a Unidade de Saúde da Família localizada na Mangueira e a Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro.
Já a segunda semana é dedicada ao desenvolvimento dos projetos de pesquisa relacionados aos temas. A última é voltada à finalização dos projetos e apresentações e avaliações do curso.
“Trazer o curso para o Rio de Janeiro é uma oportunidade de tratarmos de questões de Saúde Pública específicas sobre certas doenças infecciosas, como tuberculose, dengue, a questão da violência e a própria estrutura social que temos particularidades em relação a outras capitais. Ao mesmo tempo, para nós do IMS/UERJ, que recebemos em nossa pós-graduação nota 7 pela Capes, é uma oportunidade de internacionalizarmos ainda mais nosso curso, com estes professores e alunos da Harvard”, explica Guilherme Werneck, Professor de Epidemiologia e organizador do evento pelo IMS/UERJ.
Assista também o depoimento em vídeo do Professor Guilherme Werneck sobre o evento e sua importância: https://www.youtube.com/watch?v=Hmf9n_-l5Os&feature=youtu.be
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