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Cuidado de gestantes privadas de liberdade é tema de pós-doutorado desenvolvido no Lappis

DSC08138As práticas de cuidado ofertadas às gestantes nos sistemas de saúde e prisional foi a temática de pesquisa de Tatiana Coelho Lopes no seu pós-doutorado apresentado no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ) na última sexta-feira (11/03/2016), sob orientação da Profa. Roseni Pinheiro.

Fisioterapeuta do Hospital Sofia Feldman é associada ao Lappis, seu interesse foi analisar o cuidado de gestantes privadas de liberdade em um Centro de Referência do Sistema Prisional de Minas Gerais, no que concerne a garantia do direito à saúde como direito humano a integralidade do cuidado à mulher e ao recém-nascido.

A pesquisadora realizou entrevistas com mulheres privadas de liberdade, agentes penitenciárias e diretores e trabalhadores do Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade (CRGPL) e do Hospital Sofia Feldman – referência para o acompanhamento dos cuidados com os recém-nascidos no CRGPL -, assim como observação direta das reuniões entre o centro de referência e o hospital.

A análise da experiência do CRGPL demonstrou que o cuidado prestado é inclusivo nas questões relacionadas ao direito à saúde dessas mulheres. No entanto, existem desafios relacionados à tensão existente entre a prioridade dada às questões de segurança em detrimento da garantia do cuidado em saúde, alerta Tatiana. Para equacionar esta questão, são feitas pactuações de fluxos, construídos entre os gestores e trabalhadores das duas instituições e as grávidas. “A intersetorialidade emerge como tema preponderante no discurso dos gestores, como um desafio que se dá a partir do conflito, entendido como um espaço de construção de entendimentos e
lógicas comuns de compartilhamento entre a saúde e a segurança. A intersetorialidade, como prática no cotidiano dos atores envolvidos, instiga-os ao necessário reconhecimento das diferenças existentes entre os setores, no que tange às lógicas de cada um deles, embora os conflitos sejam vistos como formas de construção e diálogo para a garantia do cuidado a essas mulheres” comenta a pesquisadora.

 

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