A partir de agora, o site do LAPPIS, vai abrir espaço para a sessão “Crônicas Agudas” que com edição quinzenal, se destina ao “mundo da vida”, como afirma a coordenadora Roseni Pinheiro: “A idéia de se criar esse espaço consiste em promover transversalidades de temasentre o “mundo da vida” e a “ciência da vida”, pois neste último é o lugar onde a saúde coletiva se situa na árvore do conhecimento acadêmico-científico. Essa iniciativa nasce no bojo de um de nossos projetos “Saúde Comunicação e Sociedade” que a partir desse ano, vai intensificar suas atividades, buscando dar visibilidade as atividades de pesquisa e extensão relacionados a esse cotidiano que atuamos, pensamos e nos relacionamos coletivamente (ou não), e por muitas vezes, de onde sai os nossos objetos de pesquisa também. O Alfredo como médico com sua experiência com a área de comunicação vai estar colaborando conosco nesse trabalho, pois faz parte também de seu universo de pesquisa que trata das formas de comunicação entre saúde e sociedade, como mestrado aqui do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva do IMS”.
As crônicas farão um recorte do cotidiano, tendo em vista a questão do cuidado integral dentro da perspectiva da necessidade que o ser humano possui de buscar uma convivência mais humana com o outro, considerando a vida agitada e a violência existente nas grandes cidades na atualidade.
Alfredo Oliveira Neto, que é formado pela Universidade Federal de Pernambuco está atento a questões importantes que norteiam a idéia de mundaneidade, bastante explorada atualmente. Logo, não deixará de abordar em seus textos, assuntos que dizem respeito ao cotidiano de quem precisa do cuidado e ao mesmo tempo, é instrumento de interação integral daqueles que vêem no cuidado com o outro o verdadeiro sentido vocacional.
O olhar agudo direcionado às crônicas é relacionado ao conceito de “doença crônica” que segundo o médico, traz consigo o verdadeiro sentido da coluna: “Na verdade, a expressão ‘crônicas agudas’ vem de um trocadilho referente aos termos ‘doença crônica’, aquela em que já há uma duração significativa da doença instalada e ‘doença aguda’, a qual teve instalação recente. E o gênero literário da Crônica remete a temas correntes do cotidiano narrados com uma linguagem poética, então é a poesia das notícias, sejam públicas ou privadas, do agora e do ontem. ”
Polêmico, ele acredita ainda, na possibilidade de se inserir no contexto do cuidado integral uma vertente de otimismo no que tange as práticas de saúde coletiva: “O ‘agudo’ aí, adjetivando a palavra ‘crônica’, vem para mostrar que num cotidiano aparentemente doente e sem perspectivas há espaço para o espanto, para um olhar novo e reflexivo. A integralidade se constrói em ato, do nascer ao entardecer do dia. A crônica também. O ambiente da saúde coletiva está clamando por uma linguagem mais poética.”, finaliza.
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