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Congresso da Associação Brasileira de Educação Médica

altA Associação Brasileira de Educação Médica realizou entre os dias 18 e 21 de Outubro em Salvador, o 46º COBEM (Congresso da Associação Brasileira de Educação Médica). O evento reuniu diretores de Escolas Médicas, coordenadores de Cursos de Medicina, professores, alunos, profissionais da rede de serviços de saúde e ainda especialistas de renome no panorama nacional e internacional. Através da temática “Dois séculos de Ensino Médico no Brasil”, os pesquisadores puderam discutir os rumos da educação médica nas universidades, além das repercussões que envolvem os debates sobre os 20 anos de criação do SUS Constitucional.

Dentre outras atividades,  foi lançada a publicação “ Movimento estudantil em defesa da vida”, que segundo o médico residenteGiliate Coelho, pretende resgatar idéias e reflexões dos ex- estudantes de medicina. Autor e idealizador do livro, ele afirma que os textos foram construídos a partir da prática cotidiana de luta dos acadêmicos, além de fomentar as discussões a respeito do papel do movimento estudantil em questões como integralidade e a importância do cuidado com o usuário de saúde pública.

 
 Leia a seguir a entrevista completa com Giliate Coelho.
 
1) Como surgiu a idéia de escrever um livro com essa temática?
A idéia do livro surgiu de uma necessidade de sistematizarmos um conjunto de idéias e reflexões que fizemos em nossa época de militância estudantil. Todos  artigos do livro foram escritos entre 1999 e 2006, época em que estávamos na faculdade. São textos construídos a partir de nossa prática e voltado para a prática, para o cotidiano de luta dos estudantes.
 
 
2) Como foi o processo de produção da publicação?
A produção da publicação foi muito rápida, tivemos menos de dois meses para escolher os textos, revisá-los e imprimi-los na gráfica. Pouquíssimo tempo. Isso porque queríamos lançá-lo no Congresso Brasileiro de Educação Médica, como de fato aconteceu.
 
3) Quais foram as expectativas para o lançamento?
Foram as melhores possíveis. Primeiro, porque é bastante escassa a bibliografia que abordamos, poucos militantes registram no papel as suas reflexões – o que é uma pena -, e segundo porque o livro é voltado para as novas gerações do movimento estudantil, uma garotada que entrou há pouco tempo na faculdade, estão empolgados para fazer várias mudanças, mas muitas vezes não sabem por onde começar e como se organizar. Os textos então tentam dar uma resposta a isso, pois abordam temas como o planejamento estratégico para entidades estudantis, extensão universitária e a relação das entidantes estudantis como os partidos políticos.
 
 
4) A militância estudantil é conhecida por seu caráter contestador. Logo, de que forma os valores defendidos pelo movimento podem intervir em favor da integralidade do cuidado no SUS?
Acho que o movimento estudantil tem um papel fundamental no que se refere à integralidade no SUS. Em primeiro lugar, porque está dentro da universidade, e tem como travar diversas disputas no luta pela formação de profissionais  comprometidos com o cuidado em saúde, e não apenas com a produção acrítica de procedimentos. São vários os casos em que a rebeldia dos estudantes abalou o status quo da academia e fez toda o conjunto dos docentes e discentes refletirem sobre o processso de formação dos cursos de medicina. Em segundo, porque o movimento estudantil está numa crescente de consolidação como um ator social importante no controle social do SUS. Conseguiu assento em vários conselhos municipais e estaduais, e mais recentemente no conselho nacional de saúde. Se faz presente nas conferências de saúde, e como não tem rabo preso com ninguém, pode liderar debates importantes no âmbito do sistema único. Um exemplo disso foi o que aconteceu na 12a. Conferência Nacional de Saúde, onde, conforme relatado no livro, os estudantes de medicina juntamente com outros estudantes da área da saúde protagonizaram um movimento contra o projeto de lei do ato médico, assim como também uma crítica ao corporativismo das outras categorias profissionais da saúde. O texto aprovado naquela conferência sobre esse tema foi construído e articulado pelos estudantes.
 

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