Professores, pesquisadores e ativistas falam sobre a sua contribuição no Congresso.
Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) disponibiliza em seu site uma série de entrevistas com os participantes confirmados nos Grandes Debates do VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, que acontece de 13 a 17 de novembro, na Uerj, no Rio de Janeiro. A coletânea aborda temas como as mobilizações populares, ameaças à cidadania e ao Estado laico, discriminação social, entre outros assuntos.
Na primeira entrevista, o professor da UNESP/Marília, Giovani Alves, que participará do Grande Debate “Precarização do Trabalho e Deterioração das Relações Sociais no Contexto da Crise: Implicações para a Saúde Humana,” fala sobre seus últimos estudos que abordam o processo de reestruturação produtiva do capital no Brasil recente, com ênfase nas repercussões e conseqüências mais diretas desse processo no mundo do trabalho e no movimento sindical. Para Giovani a nova classe trabalhadora e o precariado expressam, cada a seu modo, necessidades sociais e carecimentos radicais próprios da classe subalterna à dinâmica social de acumulação do capital.
A seguir, oprofessor associado da Uerj, Kenneth Camargo, coordenador do Grande Debate “Teocracia e fundamentalismos na contemporaneidade: Ameaças à cidadania e ao Estado laico”, aborda os desafios e as estratégias adotadas pela comunidade cientifica frente à interferência dos pensamentos teocráticos no Estado Laico. De acordo com Kenneth, as questões morais hoje em debate no país estão sendo utilizadas por setores conservadores como uma cunha para tentar introduzir na legislação o retorno a um Estado teocrático.
O próximo entrevistado, ocoordenador do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ), Sérgio Carrara, que participará do Grande Debate “Racismo, Homofobia e outras formas de Discriminação Social: Repercussões na Saúde”, foi questionado sobre a importância de se debater as formas de discriminação social e suas repercussões na saúde. Pare ele não é possível ser saudável sendo alvo de preconceitos.
Por sua vez, o deputado federal Jean Wyllys, participante do Grande Debate “Teocracia e Fundamentalismos na Contemporaneidade: Ameaças à Cidadania e ao Estado Laico”, analisaa discriminação social no país, apontando para o fortalecimento da laicidade como componente fundamental do Estado brasileiro e do enfrentamento da sociedade civil e dos poderes republicanos. Segundo ele, é necessário que o Estado esteja protegido da influência de grupos para assim trabalhar por todos.
A assessora de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Maria do Socorro de Souza, primeira mulher e usuária do Sistema Único de Saúde a ocupar a presidência do Conselho Nacional de Saúde (CNS), avalia as manifestações populares recentes no Brasil, tendo como foco o Sistema Único de Saúde (SUS). Ela ressalta que as ruas mostraram que a saúde deve ser tratada pelo Estado e pela sociedade brasileira como prioridade nacional, e que sua solução passa pelo resgate da credibilidade e legitimidade do SUS.
A série termina com a professora Madel Therezinha Luzum dos grandes nomes no debate sobre a produção científica em Saúde Coletiva e Epistemologia da ciência. Madel, que integrará o grupo de expositores do Grande Debate “Movimento Anti-Utilitarista e Produtivismo no Contexto do Capitalismo Atual”, fala a respeito do debate do produtivismo dentro da atividade científica, acadêmica e universitária, ressaltando que para isso é necessário sair do individualismo e pensar com os outros, para assim criar um pensamento coletivo que não quer agarrar nada para si, mas ofertar um produto bom para todos.
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