Painel discutiu o assunto na manhã de sábado. Veja outros destaques
A pesquisadora Juliana Lofego, da Universidade Federal do Acre (UFAC), trouxe para o ABRASCÃO um tema que tem tudo a ver com a Integralidade. Pesquisadora do Lappis, Juliana foi expositora no painel “Direito à comunicação como manifestação do direito humano à saúde, refletindo sobre mediações no cotidiano dos serviços”, onde apresentou algumas notas de sua pesquisa de doutorado.
Ao trabalhar a comunicação como um direito à saúde, Juliana mergulha fundo no debate que põe de um lado a informação e do outro a comunicação, práticas que se confundem no senso comum mas guardam inúmeras especificidades e não podem se limitar apenas à questão do acesso. “Proponho pensar a comunicação, menos pelo viés da técnica, e mais como troca, espaço de circulação de bens simbólicos e produção de sentido”, disse, acrescentando que essa comunicação relaciona-se diretamente com a ideia de comunidade e vínculo.
Em sua pesquisa, a doutoranda parte dos estudos de mediação como uma possibilidadade para efetivar o direito à comunicação no campo da saúde coletiva. E nesse sentido, para Juliana, é necessário deslocar as atenções da comunicação midiática para uma outra, que é também cultura e se faz no cotidiano, para além das lógicas de produção e recepção de informação.
Participando do painel, Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis, fez questão de pontuar que é urgente colocar em diálogo algumas áreas e temas a fim de avançar no debate que vem sendo chamado pelo grupo de “integralidade do cuidado”. “Quando o movimento de ‘pensação’ (aquele que faz uma combinação de pensamento mais ação) é convocado, faz-se necessário problematizar algumas questões que são caras aos processos intitucionais”, disse. “E a comunicação é uma delas”.
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Confira outros destaques de sexta e sábado:
Modelos de Atenção
A sala 703 da Faculdade de Educação da UFRGS recebeu na sexta-feira o instigante painel sobre "Modelos de Atenção à Saúde", do qual participou o pesquisador do Lappis Aluísio Gomes da Silva Jr. (ISC-UFF), ao lado de Carmen Fontes Teixeira (UFBA) e Luis Carlos de Oliveira Cecílio (UNIFESP). Eles falaram para uma plateia de sanitaristas sobre estratégias de fortalecimento da Atenção Básica, mídia e financiamento para projetos públicos, entre outras questões, tendo o usuário sempre como foco.
Ouça a opinião de Aluísio Gomes da Silva Jr. sobre o ABRASCÃO, clicando aqui.
Pesquisa e prática social
No Salão Nobre da Faculdade de Direito, o painel “Pesquisas Participativas e Humanização da Saúde” reuniu Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis (IMS-UERJ), Marta Verdi (UFSC), Eduardo Henrique Passos Pereira (UFF), Serafim Santos (UFMG) e Simone Mainieri Paulon (UFRGS). Foi na sexta pela manhã. A professora Roseni apresentou mais uma vez a experiência da Rede Multicêntrica de Pesquisas, que parte sempre da discussão sobre direito e democracia e de como isso repercute no cotidiano. “Esse é um posicionamento epistemológico nosso e uma perspectiva política”, disse. “Toda pesquisa é também uma prática social”.
Ouça a opinião de Roseni Pinheiro sobre o ABRASCÃO, clicando aqui.
Lançamentos editoriais
No fim da tarde deste sábado, o Espaço Saúde & Letras ficou tomado pelos participantes do ABRASCÃO interessados nos lançamentos editoriais do campo da saúde coletiva. Entre eles, o livro do último Seminário da Integralidade, “Integralidade sem Fronteiras: Itinerários de Justiça, Formativos e de Gestão na Busca por Cuidados”, organizado por Roseni Pinheiro, Rodrigo Pinheiro, Juliana Lofego e Aluísio Gomes da Silva Jr, e ainda “Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas em Saúde – Estudos Teóricos e Empíricos”, organizado por Madel Therezinha Luz e Nelson Filice de Barros. Roseni e Madel prestigiaram o lançamento, em clima de bom encontro. Ambas as publicações tem o selo do CEPESC-IMS-UERj-ABRASCO.
Encontros & desencontros
Em meio a tantos desencontros e mudanças de última hora, que deixavam os participantes do ABRASCÃO um tanto perdidos, o evento propiciou também alguns bons encontros. Em mais de um momento, o acaso juntou a professora Roseni Pinheiro e os estudantes e pesquisadores do Vale do São Francisco, Juliana Guerra, Ana Patrícia Araújo e Leandro. Aqui, um registro na frente do estande do CEPESC-IMS-UERJ, montado na área de convivência do ABRASCÃO.
O SUS é nosso!
No final da manhã desse sábado, um grupo de estudantes e residentes da área de saúde fez uma manifestação no ABRASCÃO. Munidos com faixas e cartazes, ao som de “Nas ruas, na praça, quem disse quem sumiu / Aqui está presente o Movimento Estudantil” ou ainda “Do meu direito não abro mão /nós somos contra a privatização”, eles tentavam arrastar participantes pela área de circulação da Faculdade de Educação, palco central do evento, nessa manifestação contra a privatização da saúde e em defesa do SUS.
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